Francisco questiona se existe vontade real de travar «escalada de violência militar e verbal»
Cidade do Vaticano, 01 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa reforçou hoje os seus apelos em favor da paz na Ucrânia, evocando em particular a crise em Mariupol, para a qual pediu a abertura de corredores humanitários.
“O pensamento vai de imediato para a cidade ucraniana de Mariupol, cidade de Maria, barbaramente bombardeada e destruída. Renovo o pedido para que seja abertos corredores humanitários seguros para as pessoas presas na siderúrgica desta cidade”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração pascal do ‘Regina Coeli’.
“Sofro e choro, pensando nos sofrimentos da população ucraniana, em particular os mais fracos, os idosos, as crianças. Chegam, até, notícias terríveis de crianças expulsas e deportadas”, acrescentou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Francisco falou num “macábro recuo de humanidade” e questionou, juntamente com as “tantas pessoas angustiadas” com esta guerra, se todos os envolvidos “procuram verdadeiramente a paz”.
Há vontade de evitar uma contínua escalada de violência militar e verbal? Está a fazer-se tudo o possível para que as armas se calem? Peço-vos que não se rendam à lógica da violência, à perversa espiral das armas, para que se siga o caminho do diálogo e da paz”.
O Papa convidou os católicos a rezar o Rosário, “pela paz”, em todos os dias de maio, mês particularmente dedicado à devoção mariana na tradição católica.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já provocou a morte de milhares de civis e militares, além da fuga de mais de 12 milhões de pessoas, incluindo cerca de 5,5 milhões refugiados.
No final do encontro com os peregrinos, no Vaticano, Francisco assinalou a celebração do próximo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a 3 de maio.
“Presto homenagem aos jornalistas, que pagam um preço pessoal, para servir este direito”, declarou.
O Papa recordou os 47 jornalistas mortos em 2021 e os mais de 350 que foram presos, em todo o mundo.
“Um obrigado especial a quantos, com coragem, nos informam sobre as chagas da humanidade”, concluiu.
OC