Ucrânia: Fundação AIS lança campanha para ajudar a «curar as feridas da guerra» de um «povo que carrega a sua cruz»

«Não os podemos abandonar. Que os nossos irmãos na Ucrânia sejam uma parte importante da nossa Quaresma» – Catarina Bettencourt

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 01 mar 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou uma nova campanha para ajudar a Ucrânia a “curar as feridas da guerra” de um “povo que carrega a sua cruz”, num momento em que se assinalam dois anos da invasão do país.

A iniciativa, promovida a nível internacional, visa apoiar a “população traumatizada” pelo conflito e ser também “um sinal de solidariedade” para com “o trabalho da Igreja que está a ajudar um povo exausto, mas determinado a não desistir”, explica a diretora do secretariado nacional da AIS, Catarina Bettencourt.

Desde o início da guerra a 24 de fevereiro de 2022, milhares de pessoas morreram, outros tantos ficaram feridos e cidades, vilas e aldeias foram destruídas; cerca de 10 milhões de ucranianos são hoje refugiados e estima-se que 40% da população depende de ajuda humanitária para sobreviver no dia a dia.

Uma visita recente de uma equipa da AIS ao país, caracterizada por visitas a diversas dioceses, contactos com dezenas de sacerdotes e religiosas, e recolha de dados, contribuiu para sublinhar a importância da campanha.

Catarina Bettencourt fala num país “absolutamente em choque” e indica que as populações “sentem-se esquecidas pelo resto do mundo”.

A campanha online tem exemplos concretos de como é que a Igreja da Ucrânia está a lidar com a guerra, como se tem vindo a mobilizar no apoio aos feridos, às famílias enlutadas, aos que estão deslocados, aos que choram os seus ente-queridos, como se auxiliam as viúvas, órfãos.

São padre e irmãs que “socorrem milhares de pessoas, material e humanitariamente, e oferecem apoio psico-espiritual a doentes, feridos e familiares de falecidos, partilhando com eles o trauma do horror da guerra”, assinala a diretora do secretariado nacional da AIS.

A fundação pontifícia salienta o agravamento de ofensivas militares em várias frentes da guerra e que, por isso, “torna-se mais urgente do que nunca apoiar este esforço da Igreja junto do povo ucraniano”.

“Não os podemos abandonar. Que os nossos irmãos na Ucrânia sejam uma parte importante da nossa Quaresma. A nossa ajuda, jejum e oração irão aliviar o seu sofrimento. Ajude-os a levar a sua cruz”, apela a responsável.

A AIS já apoiou a Igreja da Ucrânia com mais de 600 projetos, desde que a guerra começou, que representam um valor de mais de 15 milhões de euros.

“Uma onda de solidariedade que não pode parar. Porque a guerra também continua… E todos os dias chegam até nós notícias de mais destruição, de mais violência, de mais feridos e mortos”, encoraja a fundação.

LJ/OC

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