Ucrânia: Conselho das Igrejas e Organizações Religiosas pede corredores humanitários e defesa aérea

Responsáveis denunciam «catástrofe humana» provocada pela invasão russa

Foto: Lusa/EPA

Kiev, 04 abr 2022 (Ecclesia) – O Conselho das Igrejas e Organizações Religiosas da Ucrânia apelou, em comunicado conjunto, à abertura de corredores humanitários no país, “para salvar civis”, e ao envio de sistemas de defesa aérea.

“Cada vida humana tem um valor extraordinário, portanto, o Conselho Ucraniano das Igrejas e Organizações Religiosas repete o apelo aos líderes mundiais, Estados-membros da OSCE, UE e NATO, pedindo que tomem medidas urgentes para introduzir uma zona de exclusão aérea sobre o território da Ucrânia ou forneçam ao exército ucraniano sistemas de defesa aérea modernos e caças que possam proteger os civis ucranianos dos bombardeamentos regulares e ataques de mísseis dos invasores russos”, refere o texto, divulgado pelo serviço de informação religiosa da Igreja Greco-Católica.

A nota condena a morte de crianças, a destruição de escolas e hospitais, casas e fábricas, com “milhões de civis” afetados pela guerra, falando numa “catástrofe humana”.

“Quase 5 mil civis já foram vítimas do bloqueio russo em Mariupol –foram mortas como resultado de bombardeamentos constantes, inclusive durante tentativas de evacuação por corredores humanitários pré-acordados. As regiões de Kiev, Kharkiv, Chernihiv, Sumy, Kherson, Mykolaiv, Donetsk e Luhansk estão atualmente sob constantes bombardeamentos, explosões e ataques de mísseis”, pode ler-se.

O arcebispo-mor de Kiev, D. Sviatoslav Shevchuk, líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, denunciou este domingo os “crimes de guerra” que diz terem sido praticados pelas forças russas, falando em “imagens que a Europa só viu quando libertou as suas cidades e aldeias dos nazis”.

Ainda no domingo, o patriarca Cirilo, de Moscovo (Igreja Ortodoxa), presidiu à Divina Liturgia na Igreja Matriz das Forças Armadas da Federação Russa, considerando que “todos os povos da Santa Rússia são irmãos e irmãs”.

O responsável, que tem alinhado o seu discurso com o presidente russo, na justificação da guerra, culpou “várias forças que empurraram os irmãos uns contra os outros, mergulhando-os em lutas internas”.

OC

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