Avó, pais, e três filhos iniciam o ano com casa nova, em ambiente de paz
Lisboa, 24 dez 2022 (Ecclesia) – A Comunidade Sant’Egídio, com sede na Capela do Rato, em Lisboa, tem vindo a acompanhar a família ucraniana Kravchuc e o novo ano vai começar “numa casa nova”.
“Também fizemos todos os esforços institucionais para que tivessem uma casa. O contrato entra em vigor no dia 01 de janeiro, é uma maneira linda: o Dia Mundial da Paz. Queremos que nesse dia já durmam na casa muito confortáveis e vamos tentar, com eles, construir uma casa bonita para mostrar que o Natal é para todos e que a paz é possível”, explica Ana Lúcia Esteves, da comunidade Sant’Egídio, em declarações à Agência ECCLESIA.
Através da plataforma de ajuda, “criada por altura da pandemia”, apareceu o pedido desta família, de quem já conheciam Lu, há oito anos em Portugal, “a avó que tinha de acolher os seus familiares que fugiam da guerra”.
“Os homens não saem da Ucrânia e houve notícias difíceis de que o Oleksandr estaria doente e a esposa, Svetlana, grávida de oito meses, deixou tudo o que tinha aqui e foi com os dois filhos para a Ucrânia, para conseguir reunir a sua família e esta é a família que temos”, explica.
A filha mais nova, Anna, de cinco meses, “nasceu lá entre bombardeios”, Kiril e Sofia, de 11 e 9 anos, continuam a “ter aulas online desde a Ucrânia”.
“A guerra é um mal absoluto e os custos humanos são terríveis e injustificados, é contra isto que a Comunidade de Sant’Egídio acredita que pode lutar e que todos nós podemos construir a paz”, indica Ana Lúcia Esteves.
“Num caminho conjunto e com o esforço de todos os que ali se reúnem”, a entrevistada refere que “as pessoas são generosas e já vão arranjando as mobílias para a casa nova”.
Também Rita Gomes, da Comunidade de Sant’Egídio, relembra que a “oração, a paz e pobres” são a base da atividade da comunidade para abrir caminhos para a paz.
“Infelizmente a guerra é a mãe das maiores pobrezas e sempre que acontecem estes problemas os pobres são os mais atingidos, aqui em Portugal temos vários serviços, a escola pela paz, que é com crianças, jovens pela paz, visita aos idosos e em tempo de pandemia criámos um serviço que era a plataforma de ajuda”, conta.
Rita Gomes explica que, através desta plataforma a “Lu já era ajudada” e depois, com o início da “guerra da Ucrânia começaram a chegar outros pedidos dentro das famílias” que já ajudavam.
De forma agradecida, a família Kravchuc tem-se unido à Comunidade para a oração pela paz, na Capela do Rato, e no Natal “vão lanchar com a comunidade”.
“Nós, família ucraniana, queremos dizer obrigado para toda a gente que ajudou esta família, e fez muito bem desde que chegou aqui, obrigado e feliz Natal para todos”, agradece Lu, a avó da família Kravchuc.
No primeiro sábado de cada mês acontece esta oração, a próxima vai acontecer no dia 07 de janeiro, pelas 18h00.
A entrevista integra o programa 70×7 este domingo, 25 de dezembro, na RTP 2 pelas 15h30. depois disponível online.
SN