Angra: Administrador Diocesano alerta que «retirar Jesus do centro» «é decapitar, descentrar, esvaziar» o Natal

«Quando dizemos Natal na verdade falta-nos dizer de quem» – Cónego Hélder Fonseca Mendes

Angra do Heroísmo, Açores, 22 dez 2022 (Ecclesia) – O administrador diocesano de Angra afirma que retirar Jesus do centro, “como está no presépio, é decapitar, descentrar, esvaziar” o que vulgarmente se chama Natal, na mensagem onde destaca a importância da “graça, ternura, fraternidade”.

“Quando dizemos Natal na verdade falta-nos dizer de quem. Não temos dúvidas que nos referimos, na nossa tradição religiosa e cultural, à pessoa de Jesus e n’Ele ao mistério da encarnação do Verbo de Deus”, explica o cónego Hélder Fonseca Mendes, na mensagem de Natal enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo o responsável da Diocese dos Açores, retirar Jesus do centro, “como está no presépio, é decapitar, descentrar, esvaziar” aquilo a que vulgarmente chamam de Natal.

“Respeitando o ritmo das estações do ano, o solstício de inverno assinala o início da grande elevação da luz solar, antes humilhada na obscuridade invernal. Felizmente, evoluímos da antiga festa pagã do deus Sol, para a festa do Sol Nascente que é Jesus”, desenvolve.

O administrador diocesano de Angra assinala que o Evangelho dá “uma grande alegria” ao anunciar «hoje nasceu para nós o Salvador», e destaca uma “luminosa constelação de três estrelas” que têm como nome “graça, ternura e fraternidade”.

“A graça é o rosto de Deus que sorri à Humanidade”; a ternura é “irmã da misericórdia, da compaixão, da piedade, da empatia, da bondade, da delicadeza”, e o cónego Hélder Fonseca Mendes recorda que o Papa Francisco fala com frequência da ‘revolução da ternura’.

“A terceira estrela, que no céu está próxima das outras duas, chama-se fraternidade, levando-nos a alongar, dando origem à possibilidade de abraçar e de unir, do alargar universal da mente, do coração e da alma dos cristãos, de forma a alcançarmos a variedade multicolor das etnias, das línguas, das culturas, das idades, de uma Humanidade múltipla”.

Em dia de Natal, o responsável diocesano, dirige-se a todos os açorianos, em cada umas das ilhas e na diáspora, e a todos os presentes e residentes no arquipélago português, “sobretudo aos que por via da imigração fazem crescer os Açores”.

Foto: Igreja Açores

O cónego Hélder Fonseca Mendes recorda que vivem as “vésperas da entrada de um novo bispo” na Diocese de Angra, D. Armando Esteves Domingues, que vai decorrer a 15 de janeiro do próximo ano, e na sua mensagem dirige-se às crianças, “para quem o Natal tem um encanto especial por se reverem no Menino, na sua simplicidade, bondade e beleza”, e aos jovens e aos estudantes que “continuam a sonhar” como os Magos “a amar, a construir uma família e a poder trabalhar sem perseguições nem exílios”.

O administrador diocesano convida os jovens a participarem nas “grandes” jornadas da juventude, de 1 a 6 de agosto de 2023, em Lisboa, “com jovens de todas as nações”, “um verdeiro mundial de verão” onde todos vão “ganhar”.

Na mensagem de Natal saúda também as famílias e os trabalhadores, e convida “a que se inspirem nas lições do presépio”, os idosos que são, “como Ana e Simeão, garantes do testemunho da tradição e da sabedoria, com amor e firmeza”, e que, segundo o Evangelho, reconheceram em Jesus o Messias prometido, e também os doentes e os presos que “partilham a experiência da fragilidade e do barro, do presépio e da cruz do calvário”.

CB

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