Mafalda Herédia Barahona e Leonor Simões participam no projeto, que vai até aos hospitais na manhã de dia 24 de dezembro
Lisboa, 23 dez 2024 (Ecclesia) – As Associações de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (AEFML) e da NOVA Medical School (AENMS) desenvolvem o projeto “Natal Diferente”, que leva os alunos a fazer companhia aos doentes nos hospitais durante época natalícia.
Mafalda Herédia Barahona é uma das voluntária e explica que o objetivo é “estar mais presente” junto das “pessoas que estão internadas ou que não conseguem estar em casa com a família durante” dia de Natal.
“Nós durante a manhã dia 24 [de dezembro] vamos aos vários serviços de vários hospitais por Lisboa”, explica Leonor Simões, outra das participantes do projeto, que dá conta que além de companhia, voluntários oferecem presentes, como kits ou postais que crianças de escolas escrevem “com carinho”.
Para a concretização do “Natal Diferente”, a comissão organizadora realiza durante o ano parcerias e eventos.
O projeto possibilita a vivência de dias “muito diferentes” nos hospitais, descreve Mafalda, que considera que esta é uma “oportunidade muito boa, porque acaba por permitir dar” uma “cara à doença”.
“Às vezes, no hospital as pessoas podem ser referidas entre médicos e etc, como o senhor com a doença X ou a senhora com a doença Y”, refere a jovem, que diz que com o projeto, as pessoas passam a ter um rosto.
A ausência familiar é uma marca destes dias, nomeadamente no Serviço de Doenças Infecciosas, onde Leonor Simões foi voluntária no primeiro ano.
“Essas pessoas não podem estar próximo dos familiares nesse dia, e nós com as devidas precauções podemos entrar no quarto e entregar os presentes e também dar uma palavra de esperança”, lembrando que não estão “esquecidas” apesar de estarem “naquela situação”, salienta.
A estudante realça que o “estado de espírito das pessoas também influencia muito o tratamento e a cura”.
Enquanto aluna de medicina, Leonor Simões destaca que faz “falta saber lidar com o doente”, ressaltando que além de saber ler análises, importa ter a noção de que ali está uma pessoa que tem “os seus sentimentos e as suas preocupações”, nunca desvalorizando “aquilo que o doente está a sentir, porque também faz muito parte do processo para a cura”.
Mafalda Herédia Barahona considera que o projeto “Natal Diferente” tem um grande impacto nas pessoas que estão internadas e cada vez mais se torna conhecido, sendo no seio da faculdade “muito bem falado”.
Através do Instagram da rede social Instagram do Natal Diferente, é ainda possível escrever cartas para os profissionais de saúde que passam quadra natalícia a trabalhar.
Além do dia 24 de dezembro, ao longo do mês existe uma semana de visitas a lares e instituições e o Dia do Deslocado, onde os alunos podem fazer companhia a doentes hospitalizados ou institucionalizados mais cedo na quadra natalícia.
No ano de 2023, 90 voluntários participaram nas visitas a lares e instituições, 414 nas visitas hospitalares, 179 nos eventos solidários; Foram oferecidos 4000 presentes e o Natal Diferente chegou até 3519 doentes e 2231 profissionais de saúde.
Além do “Natal Diferente”, as duas jovens estão envolvidas também na Missão País, um projeto católico de universitários, que tem como objetivo levar Jesus às Universidades e evangelizar Portugal, através do testemunho da fé, do serviço e da caridade.
Mafalda é a chefe-geral da Missão Medicina I, da Universidade Nova, e Leonor Simões é chefe de serviços, e as duas vão missionar em Assentiz, Torres Novas.
“Eu sinto que agora no estágio tinha muito mais facilidade a falar com os doentes, porque também já tinha esta experiência de estar em lares e em centros de dias e muitas horas a falar com pessoas mais idosas que só querem falar da família. E acho que é uma marca muito positiva no nosso ano”, assinalou Mafalda.
PR/LJ/OC