Algarve: Bispo lamentou «guerras que não têm explicação», em manifestação pública de Natal pela paz

«Sentimo-nos todos derrotados», afirmou D. Manuel Quintas, em iniciativa com a «Luz da Paz de Belém»

Vila Real de Santo António, 23 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo do Algarve alertou para os “cenários de destruição que criam angústia, ansiedade, desnorte e alguma perplexidade também”, na manifestação pública da Cáritas diocesana, com a ‘Luz da Paz de Belém’, em Vila Real de Santo António.

“Que este Natal possa constituir para todos nós a decisão de sermos portadores desta luz, autores destes gestos que são verdadeiramente luzes que acendemos na nossa vida e à nossa volta. E com o mundo mais iluminado, certamente que encontraremos todos caminhos de paz, de progresso, de alegria e felicidade”, disse D. Manuel Quintas, esta sexta-feira, citado pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

O bispo do Algarve referiu-se aos “cenários de destruição que criam alguma angústia, ansiedade, desnorte e alguma perplexidade também” por não se conseguir, “através de um diálogo sincero e sereno, encontrar caminhos de paz”.

“Sentimo-nos todos derrotados. Como é possível continuar guerras que não têm explicação? Não há justificação.”

O presidente da Cáritas Diocesana do Algarve lamentou que o mundo continue “a ser assolado por situações de iniquidade, violência, e conflitos armados”, que geram “sentimentos de medo, insegurança e até incerteza”, e por “perseguições religiosas em muitos países”.

Carlos de Oliveira realçou que é preciso estarem atentos “aos sinais dos tempos para construir a paz”, que implica “um esforço ativo, duradouro e sustentável” de pessoas, de famílias, de grupos, de organizações de comunidades, governos e sociedade.

“Quisemos testemunhar com a ‘Luz da Paz de Belém’ que é possível manter viva a esperança de um mundo melhor; a paz é essencial para o crescimento do indivíduo, das organizações, da prosperidade das sociedades e para a sustentabilidade do planeta”, acrescentou.

A manifestação pela paz, organizada pela Cáritas Diocesana do Algarve, com a colaboração da paróquia e do município local, no âmbito da campanha nacional ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’, realizou-se no dia 20 de dezembro; os participantes acenderam as velas com a chama da ‘Luz da Paz de Belém’, junto à Escola de Hotelaria e Turismo, e, em ‘silêncio orante’, caminharam até à igreja matriz de Vila Real de Santo António.

“Não é uma luz qualquer, para quem tem fé, leva-nos Àquele que disse: «Eu sou a luz do mundo»; que esta luz desperte, cada vez mais, o nosso coração para sermos construtores da paz, tal como nos pediu Jesus”, acrescentou D. Manuel Quintas.

O presidente da Cáritas Diocesana do Algarve desafiou os participantes desta pelas ruas de Vila Real de Santo António a serem “instrumentos de paz”, nos lares, e alertou para os “sinais de violência doméstica”, nas escolas, no local de trabalho, na promoção pela dignidade da vida humana, “desde a conceção até à morte natural”.

Carlos de Oliveira neste desafio a serem “instrumentos de paz”, lembrou os migrantes, as pessoas em situação de sem-abrigo, as vítimas do desemprego, das pessoas que vivem na pobreza, e junto dos jovens.

Esta iniciativa pública realizou-se no contexto da campanha solidária de Natal ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’ da rede Cáritas Portuguesa, que convida a adquirir uma “vela estrela”, de cor branca ou vermelha, disponível por dois euros (2€), para apoiar projetos nacionais e internacionais.

“35% destinam-se ao apoio de microprojectos de ecologia integral, nos países lusófonos, os restantes 65% são aplicados pela Cáritas Diocesana na aquisição de material ortopédico como camas articuladas, cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas, entre outros, como resposta às necessidades dos mais necessitados”, explicou o presidente da Cáritas Diocesana.

O presidente do município de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo, destacou que a missão da Cáritas é dar conforto e aquecer “o coração e a alma”, e afirmou que “a paz tem de ser mais do que uma palavra”, informa o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Esta manifestação pública com a ‘Luz da Paz de Belém’ terminou com um concerto do Grupo Coral Ossónoba, que homenageou o cónego José Pedro (1942-2024) ao interpretar a peça ‘É Natal, Cristo nasceu’ da sua autoria.

CB/OC

 

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