UCP: um sonho tornado realidade

Universidade Católica Portuguesa olha para o futuro A Universidade Católica Portuguesa, reconhecida oficialmente pelo decreto-lei n.º 307/71, de 15 de Julho, é uma instituição criada ao abrigo do artigo XX da Concordata entre Portugal e a Santa Sé, de 7 de Maio de 1940. A sua “liberdade e autonomia resultam deste diploma” – sublinha o Decreto Lei n.º 128/90 de 17 de Abril. Os serviços “valiosos” que a UCP tem “prestado ao sistema universitário nacional” são patentes – salienta o mesmo documento. O significado imediato da aprovação deste diploma representou o reconhecimento pelo Estado Português de uma realidade já existente – a Universidade Católica – uma obra sonhada e erguida sobretudo por D. Manuel Gonçalves Cerejeira. A universidade, instituição de origem medieval, foi, na Europa, matricialmente católica mesmo quando fundada pelo poder real. Em Portugal, e após a reforma pombalina, a Igreja foi sucessivamente limitada no exercício da sua actividade e no século XIX estava limitada à Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra. Esta, porém, foi mesmo extinguida em 1911 e transformada em Faculdade de Letras. Como diz o poeta: «o sonho comanda a vida» e este sonho esteve sempre presente até à sua concretização. Já em 1926, o Concílio Plenário Português, reunido em Lisboa, deliberava: “O Concílio, secundando gostosamente o desejo da Igreja (cân. 1379), decreta que se funde, quanto antes, uma escola superior católica ou instituto católico” (art. 138). Em carta pastoral colectiva de 1930, o Episcopado português, explicava que este instituto católico (designação de inspiração francesa, nascida neste país devido às limitações impostas pela lei Falloux) seria “um estabelecimento de alta cultura intelectual, que sirva para educar e formar um escol de mentalidade católica”, e não “simplesmente uma Faculdade de Teologia”. Passado pouco tempo foi criado, no Patriarcado de Lisboa, o Instituto Católico Português, que, não obstante, a sua personalidade jurídica, não chegou a exercer alguma «sensível» actividade. Segundo documentos históricos a sociedade portuguesa exprimia duas tendências – a que achava necessária a Universidade Católica (Fernando de Aguiar foi um dos grandes defensores: «Por uma Universidade Católica», colectânea de estudos publicada em Lisboa, em 1951 ) e a outra facção que achava despropositada ou desnecessária a construção deste estabelecimento. No decénio de 1940-50 o trabalho da Acção Católica Portuguesa (ACP) foi fundamental para colocar de pé o projecto. Na I Semana Social Portuguesa, realizada em Coimbra, em 1940, o Cardeal Cerejeira referiu mesmo – sentido figurado ou real – que “aquelas semanas eram já uma universidade católica, embora ainda por institucionalizar” (In: Um século de cultura católica em Portugal, edições Laikos, 1984). Alguns anos mais tarde, em 1965, o Episcopado Português anuncia ao país a intenção de criar efectivamente uma Universidade Católica. Dois anos depois, 29 de Junho de 1967, foi lançada a primeira pedra do futuro edifício universitário, em Palma de Cima, Lisboa. Apesar deste acto, a primeira escola da «Universidade Nova» foi a Faculdade de Filosofia de Braga, considerada a primeira da UCP, pelo decreto Lusitanorum Nobilissima Gens (de 13 de Outubro 1967), da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidade. Em 2004, a Universidade Católica Portuguesa está repartida por 4 centros e está repartida por 13 Faculdades, Escolas e Institutos. Em declarações à Agência ECCLESIA, o reitor da UCP, Manuel Braga da Cruz, adiantou que a universidade está a fazer “um esforço de consolidação, qualificação e internacionalização”. Como projectos internos, a UCP pretende “valorizar, cada vez mais, a qualidade do nosso tributo à formação dos quadros superiores em Portugal”. Embora os tempos não sejam de expansão, Manuel Braga da Cruz anunciou que “temos um projecto de criação de uma Unidade nas Ciências da Saúde”. E concluiu: “estamos pendentes das decisões governamentais para viabilizar este projecto”.

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