UCP/Porto: Diaconado Permanente não existe em função da diminuição do clero

Presidente da Conferência Episcopal destaca o facto de vários diáconos serem casados e viverem nos ambientes laborais

Porto, 15 Fev (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa defendeu esta segunda-feira, 14 de Fevereiro, que “revitalizar o diaconado permanente é uma emergência evangélica e pastoral, não em função da diminuição do clero, mas em virtude da escuta do Espírito Santo, que envia a Igreja em missão”.

D. Jorge Ortiga proferiu uma conferência sobre «Significado histórico e eclesial do Diaconado Permanente» nas Jornadas de Teologia do núcleo do Porto da Universidade Católica Portuguesa, que decorrem de 14 a 17 de Fevereiro, subordinadas ao tema «Diaconia da Igreja e Diaconado Permanente».

Na Igreja Católica, o diaconado é o primeiro dos três graus da Ordem, sacramento constituído também pelo presbiterado (padres) e episcopado (bispos).

Ao diaconado permanente, restaurado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), podem aceder homens casados depois de terem completado 35 anos de idade.

“Esta figura ministerial não pode ser entendida como um tempo de espera ou de passagem para a ordenação sacerdotal”, referiu o arcebispo de Braga.

Depois de fazer referência ao termo no Novo Testamento – “aparece cerca de 29 vezes, a maior parte delas no livro dos Actos dos Apóstolos e nas Cartas de Paulo” – D. Jorge Ortiga realça que o II Concílio do Vaticano deixa às Conferências Episcopais “a responsabilidade de darem consistência a esta “reposição” (este termo específica melhor do que restauração) do diaconado”.

O Magistério Pontifício de Paulo VI, João II e Bento XVI também coloca em destaque este ministério. “O facto de serem, normalmente, casados, e viverem na complexidade dos ambientes sociais e laborais, ajuda a Igreja a perceber os dinamismos próprios da história e a estar nos locais onde o testemunho da fé pode dar sentido à vida” – frisou o conferencista.

Aos participantes destas jornadas, D. Jorge Ortiga alertou: “o diaconado deve ser pensado em função da Igreja num lugar concreto para que a sua missão credibilize a fé no seio da humanidade”.

Se a Igreja em Portugal se encontra “em atitude de discernimento para uma pastoral nova e fiel, ela tem o dever, por coerência doutrinal, de ser capaz de visibilizar o horizonte da missão de um modo diferente”, pediu.

Programa
Dia 16
10h30 – «Diaconia e Diaconado na Igreja»
Moderador: Jorge Teixeira da Cunha (Faculdade de Teologia UCP Porto)
D. Manuel Clemente (Bispo do Porto)
12h00 – Eucaristia
15h00 – «Experiências de Diaconia com Pessoas Reclusas»
Moderador: José Carlos Carvalho (Faculdade de Teologia UCP Porto)
Pe. António Alves Correia (Capelão do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira)
Isabel Pessanha Moreia (Voluntária)
Diácono António Duarte Ferreira (Voluntário)

Dia 17
10h30 – «O Diaconado Permanente no Direito da Igreja»
Moderador: Jorge Teixeira da Cunha (Faculdade de Teologia UCP Porto)
Manuel de Pinho Ferreira (Faculdade de Teologia – Porto)
11h45 – «A Experiência do Diaconado Permanente na Diocese do Porto»
Pe. Joaquim António da Silva Santos (Delegado Episcopal para o Diaconado Permanente – Diocese do Porto)
Encerramento – D. António Taipa (Bispo Auxiliar do Porto)

LFS

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Agência ECCLESIA

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