Francisco recebeu no Vaticano uma delegação da instituição que celebra 50 anos de existência
Cidade do Vaticano, 26 out 2017 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje uma delegação da Universidade Católica Portuguesa, por ocasião do 50.º aniversário desta instituição, e destacou o seu papel na “formação superior dos guias e líderes que a sociedade precisa”.
Na sua intervenção, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco enalteceu os “50 anos de serviço” da UCP ao “serviço do crescimento da pessoa e da comunidade humana”, distribuídos por inúmeras áreas do saber incluindo a Teologia, na preparação de sacerdotes, religiosos e leigos.
“Por desígnio e graça de Deus, sois católica, uma qualificação que em nada mortifica a universidade, antes valoriza-a ao máximo”, apontou o Papa argentino, para quem “uma instituição académica católica distingue-se pela inspiração cristã dos indivíduos e das próprias comunidades”.
Um espaço onde professores e alunos são encorajados a “incluir a dimensão moral, espiritual e religiosa na sua investigação e a avaliar as conquistas da ciência e da técnica na perspetiva da totalidade da pessoa humana”.
Neste prisma, Francisco deixou uma interrogação e ao mesmo tempo um desafio: Como ajudar os alunos a encararem a sua formação superior não como um “sinónimo de maior posição”, de “mais dinheiro ou prestígio social”, mas sim como um “sinal de maior responsabilidade” social, em áreas como “a pobreza e o meio ambiente?”.
“Não basta realizar análises, descrições da realidade; é necessário gerar espaços de verdadeira pesquisa, debates que gerem alternativas para as problemáticas de hoje”, frisou.
Entre a comitiva portuguesa que seguiu para Roma está o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, magno chanceler da UCP, e a reitora da instituição católica, Isabel Capeloa Gil.
Na bagagem seguiu um projeto a ser apresentado a Francisco, a criação de um fundo ‘Papa Francisco’ para ajudar alunos carenciados e refugiados.
Este “presente” para o Papa, como referiu a reitora da UCP, foi entregue acompanhado por uma cruz peitoral, da autoria da portuguesa Carolina Curado.
Para a tarde desta quinta-feira está prevista outra iniciativa, a partir das 16h00 (menos uma em Lisboa), uma sessão comemorativa na Pontifícia Universidade Gregoriana, cujo reitor é o jesuíta português padre Nuno Gonçalves.
Na sexta-feira, a delegação portuguesa estará na igreja de Santa Ana, no Vaticano, para uma Missa de Ação de Graças pelos 50 anos da Universidade Católica Portuguesa.
Da parte da tarde, pelas 18h30, decorre um concerto de Órgão na igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, seguido de uma receção oferecida pela UCP.
No final da sua intervenção, o Papa Francisco enalteceu ainda o “sinal de esperança” que a UCP constitui para Portugal, enquanto “instituição cultural que, tendo como objetivo o aperfeiçoamento cristão do homem, é chamada precisamente a servir a causa do homem”, em todas as suas vertentes, de acordo com os valores de Cristo.
A UCP é reconhecida pelo Estado português como “instituição universitária livre, autónoma e de utilidade pública”.
A criação da Universidade Católica data de 1967 e o reconhecimento oficial de 1971.
JCP