Três vidas que falam do «Deus libertador»

Na primeira das catequeses quaresmais de 2008, o Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, apresentou “três histórias de vida” que falam do “Deus libertador”: São Paulo, Madre Teresa de Calcutá e D. João Evangelista de Lima Vidal. Olhando para os “imperativos da hora presente”, para a mensagem quaresmal de Bento XVI (“Cristo fez-se pobre por vós”) e para o programa pastoral da diocese, que exige a dedicação dos cristãos aos mais pobres, D. António Francisco apresentou “São Paulo, o convertido”, como exemplo “que empolga, atrai e encanta”, “com a sua audácia, coerência e autenticidade”, na vivência do Evangelho e na prática da caridade. O “incansável viandante” que assumiu uma “extraordinária solicitude por todas as igrejas” foi assumido por D. António como protótipo do missionário, porque anunciou e mandou anunciar o Evangelho. Ora, afirmou o Bispo de Aveiro, “enviar em missão é das urgências maiores que pesam sobre os ombros frágeis dos bispos”. Por isso, dirigindo-se como que em oração a São Paulo, afirmou: “Obrigado, Paulo, pela tua palavra e pelo teu exemplo, pelo tua vida e testemunho, pelo amor apaixonado pelos irmãos. Queremos aprender contigo o entusiasmo da fé, a alegria do serviço, o entusiasmo do apostolado”. De Madre Teresa da Calcutá, D. António Francisco recordou o seu percurso desde a Albânia, que por estes dias está nas primeiras páginas dos jornais por causa da independência dos Kosovo, até à Índia, onde fundou em 1950 as Missionárias da Caridade, respondendo ao apelo de Jesus: “Tenho sede”. A missionária, que morreu em 1997, ensina que “o tempo dedicado à oração nunca é tempo retirado à dedicação aos outros”, notou o Bispo de Aveiro. Com Madre Teresa de Calcutá, aprende-se a fazer “encontro para os separados, a levar “descanso aos desanimados”, a criar “unidade nas rupturas”. “A nossa dignidade passa pela capacidade de construir a dignidade dos outros”, afirmou. Pioneiro no serviço da caridade “Pioneiro no serviço da caridade” foi o título que D. António atribuiu ao primeiro Bispo da Diocese de Aveiro restaurada, apontando os principais dados biográficos de D. João Evangelista de Lima Vidal, desde o nascimento na Rua do Gravito (em 1874) ao assumir dos destinos da Diocese de Aveiro, passando pelos estudos em Roma (onde foi colega do futuro Pio XII – ambos morreriam em 1958) e pelos trabalhos como bispo de Angola e Congo, em Lisboa e de Vila Real. Onde desenvolveu o seu ministério, o Sr. Arcebispo foi sempre solícito para com os mais pobres, criando as Florinhas da Caridade, em Luanda, as Florinhas da Rua, em Lisboa, as Florinhas da Neve, em Vila Real, e as Florinhas do Vouga, em Aveiro. À excepção da instituição angolana, todas continuam o seu trabalho de dedicação aos necessitados, como referiu Mons. João Gaspar, no momento de partilha que se seguiu à exposição de D. António Francisco. O actual vigário-geral, tendo convivido com D. João Evangelista quando jovem sacerdote, acrescentaria ainda que testemunhou que o bispo restaurador várias vezes retirou comida da sua mesa para dar a alguém que lhe batesse à porta, tal como foi o primeiro signatário de uma petição dirigida por Mário Sacramento em favor dos presos políticos. “As vidas dadas a Deus e à humanidade encontramo-las também na nossa terra”, havia resumido antes D. António Francisco. As Catequeses Quaresmais prosseguem na próxima segunda-feira, no Salão de S. Domingos (por cima da Livraria Santa Joana), em Aveiro, às 21h45.

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