Luta em favor dos povos indígenas gera reacções violentas O Conselho Indígena de Roraima denunciou ontem que um grupo de arrozeiros, fazendeiros e indígenas contrários à homologação da área “Raposa Serra do Sol”, invadiu e saqueou na madrugada da passada terça-feira a missão de Surumú e fizeram reféns os padres Ronildo França e César Avellaneda e o Ir. João Carlos Martinez, missionários da Consolata. Na missão, que fica dentro das terras indígenas, funcionam escola e hospital que atendem as aldeias da região. Os missionários da Consolata, juntamente com outros promotores da campanha «Nós Existimos», recolheram assinaturas num abaixo-assinado entregue ao Governo Federal do Brasil, onde solicitavam a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas, a punição dos envolvidos no escândalo de corrupção conhecido como “folha dos gafanhotos” e a não-concessão de incentivos fiscais para os latifundiários plantadores de arroz irrigado, soja e acácia mangium, assim como para a instalação de uma fábrica de pasta de celulose em Roraima. A região em questão localiza-se numa zona encravada entre a Guiana e a Venezuela. A reacção contrária a estas pretensões, liderada pelos rizicultores, acontece depois declaração do Ministro da Justiça do Brasil, Márcio Thomaz Bastos, que em 23 de Dezembro de 2003 anunciou a decisão do presidente Lula da Silva assinar o decreto homologatório de Raposa Serra do Sol ainda durante este mês. Indígenas da comunidade Canta Galo, informaram via rádio que os missionários foram espancados e estão amarrados no centro na aldeia. O Pe. António Fernandes, superior provincial dos Missionários da Consolata, registou a ocorrência na Polícia Federal por volta das 03h30 da madrugada. O Conselho Indígena de Roraima, em comunicado, protesta contra a violência e vandalismo praticado pelo movimento dos rizicultores. Notícias relacionadas • A morte ameaça os povos indígenas, acusa Igreja no Brasil