Francisco recorda em particular crianças escravizadas e exploradas
Cidade do Vaticano, 08 fev 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco associou-se hoje no Vaticano à jornada de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas, que a Igreja Católica celebra anualmente a 8 de fevereiro, recordando em especial as crianças e adolescentes vítimas deste crime.
“Desejo que todos quantos têm responsabilidade de governo combatam com decisão esta praga, dando voz aos nossos irmãos mais pequenos, humilhados na sua dignidade. É preciso fazer todos os esforços para debelar este crime vergonhoso e intolerável”, disse, na audiência pública semanal que decorreu na sala Paulo VI.
O lema escolhido para a jornada pelas vítimas do tráfico humano de 2017 é ‘Elas são apenas crianças, não são escravas’.
“Encorajo todos os que, de várias formas, ajudam os menores escravizados e abusados a libertar-se de tal opressão”, referiu o Papa.
Francisco recordou que esta jornada se celebra no dia da festa litúrgica de Santa Josefina Bakhita, religiosa nascida no Sudão em 1869, vítima de tráfico humano aos 9 anos de idade.
“Esta mulher escravizada em África explorada, humilhada, não perdeu a esperança e avançou na fé, acabando por chegar à Europa, como migrante. Aqui, sentiu o chamamento do Senhor e tornou-se irmã”, explicou.
O Papa convidou os presentes a rezar a Santa Josefina Bakhita “por todos os migrantes, refugiados, explorados, que sofrem tanto”.
O Vaticano, em conjunto com organizações da Cáritas de todo o mundo e representantes das várias religiões, vai promover um seminário sobre o tráfico de menores, esta sexta-feira em Roma.
Para o presidente da Caritas Internationalis, cardeal Luis Tagle, é essencial difundir uma mensagem de apoio a todas as pessoas afetadas por esta prática, e são milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo.
“Que a misericórdia de Jesus esteja com as famílias, com as mães e os pais que perderam os seus filhos para a violência, o vício, o tráfico humano, para as novas formas de escravatura, crianças que foram raptadas, vendidas para a prostituição, que viram o seu corpo usado para alimentar uma rede internacional de venda de órgãos”, afirmou o cardeal filipino.
OC/JCP