Trabalhadores cristãos denunciam precariedade

Movimento Mundial recorda problema em vários países, incluindo Espanha, Portugal e Grécia, em mensagem para o 1.º de Maio

Lisboa, 01 mai 2014 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) divulga uma mensagem para o 1.º de Maio deste ano, dia internacional dos trabalhadores, onde denuncia a “precariedade laboral e familiar”.

“Neste 1º de Maio, o MMTC denuncia a situação de precariedade laboral e familiar em que vivem os trabalhadores do mundo e defende o direito das pessoas e das famílias a ter o salário ou o rendimento básico que lhes permita viver com dignidade”, explica o documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Este movimento alerta para “a situação do desemprego, os baixos salários, a insegurança e os despedimentos em massa”, que “oprimem o povo trabalhador” em vários países.

Nesta mensagem para o dia internacional do trabalhador, o MMTC denuncia “a exploração e a ameaça de morte em que vivem os trabalhadores rurais na Guatemala” e “o índice de desemprego e as condições laborais precárias tão profundas em que vivem países como o Haiti, Nicarágua, República Dominicana, El Salvador, assim como os da América do Sul e os países da Europa, como é o caso de Espanha, Portugal e Grécia”.

O aumento da “exploração das crianças trabalhadoras do Ruanda, Índia e México”, “a violência intrafamiliar e o assassínio de mulheres que sucede por exemplo na Nicarágua, Peru e Paquistão” e “a atividade mineira irresponsável em grande parte dos países, por exemplo da América Central, Caribe, África, que destrói o ambiente das famílias rurais, a vida do planeta e a saúde das populações”, são outras das denúncias.

“Observamos como cada dia e a nível mundial os direitos humanos e sociais do povo são anulados pelo egoísmo e a avareza de uns poucos”, sublinha a nota.

Segundo o MMTC estas situações de desigualdade, de pobreza e de injustiça revelam “não só uma profunda falta de fraternidade”, como também “a ausência de uma cultura de solidariedade”.

Os trabalhadores cristãos lembram ainda que a Doutrina Social da Igreja destaca que os direitos dos trabalhadores são direitos “humanizantes” que facilitam o crescimento das pessoas e o seu desenvolvimento com o objetivo de “alcançar os seus próprios fins transcendentes”, destacando entre eles “o salário justo e suficiente para a família”.

O MMTC deixa nesta mensagem a garantia do compromisso em “fortalecer o reino de Jesus de Nazaré”, o que significa “defender e expandir, tanto na sociedade como na Igreja, uma nova mentalidade para mudar o atual modelo económico e social para um novo modelo que esteja ao serviço das pessoas”.

O MMTC foi criado em 1966 e reúne mais de 70 organizações espalhadas por quatro continentes.

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Católicos (LOC/MTC) em Portugal é membro fundador do MMTC e, como tal, “identifica-se e associa-se” a esta mensagem.

MD

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Agência ECCLESIA

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