TESE: 10 anos na «inovação social»

Associação para o Desenvolvimento defende novo paradigma de desenvolvimento

Lisboa, 31 out 2013 (Ecclesia) – A Associação para o Desenvolvimento TESE assinala hoje 10 anos de existência e defende como “tema marcante” da sua história a certeza de que “inovação social” é a “próxima revolução social”.

“A inovação social tem sido um tema marcante para a TESE. Estamos numa época de mudança de paradigma voltado para as pessoas que podem participar mais. As coisas vão mudar no sentido de criar novas respostas que podem efetivamente melhorar a qualidade de vida das pessoas”, assinala Helena Gata, diretora da área nacional da TESE.

O objetivo da associação para o desenvolvimento, que celebra 10 anos de existência esta sexta-feira, é criar uma inovação social em três atributos: “na responda às novas necessidades; criar novas soluções a velhos problemas que têm mudado as suas características e ao mesmo tempo envolver as pessoas, os excluídos, e capacitá-los para criar a mudança sobretudo de poderes”, acrescenta a diretora à Agência ECCLESIA.

A TESE não olha para os problemas e para as diferentes realidades de forma massificada mas “procura perceber quais são os obstáculos que cada contexto vai trazer” porque uma mesma realidade, de desemprego por exemplo, é entendida de forma diferente por duas pessoas: “Pode ser uma linguagem difícil de perceber e esta transformação ser complicada e outras pessoas olham para estas dificuldade como uma oportunidade e desafio de mudança”, explica por seu lado Miguel Silva.

“O que procuramos fazer é tentar avaliar qual o nível de consciência destas questões e atuar em conformidade com cada um deles”, desenvolve o diretor da área internacional da Associação TESE.

Na área internacional,  a TESE desenvolve projetos em países africanos de expressão portuguesa, nomeadamente Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau onde “cada um oferece problemáticas diferentes e falar de inovação social, ao contrário de inovação tecnológica, não tem estado na agenda”, informa Miguel Silva.

A implementação de projetos, em áreas de energia e abastecimento de água, parte de um trabalho realizado com as pessoas, com as associações locais e humanitárias e, dentro das possibilidades, com o Estado, que muitas vezes também é auxiliado pela TESE na capacitação dos seus agentes.

Neste momento estão a construir uma minicentral fotovoltaica para abastecer de eletricidade Bambadinca, na Guiné Bissau, a 165 quilómetros para este da capital.

Depois da parte mais fácil e prática, a TESE procura perceber como “vai transformar na vida das pessoas, se o projeto traz transformação” e como vão “conseguir que a infraestrutura continue a ajudar a vida das pessoas”.

A nível nacional, Helena Gata apresenta o projeto “Orienta-te”, desenvolvido com jovens e em implementação na região de Cascais, desde 2006.

“A 5ª geração que integra o ‘Orienta-te’ é um desenho totalmente elaborado pelos jovens. Às vezes pode não ser tão inovador quanto seria de esperar mas é realmente aquilo que eles precisam. Há uma assembleia mensalmente com a TESE que redesenha, redefine e repensa os projetos e as atividades”, explica.

Em 10 anos de existência são assinalados hoje num evento sobre “Direitos Humanos: o papel da cooperação e da juventude no desenvolvimento”, na Fundação Caloust Gulbenkian.

Helena Gata e Miguel Silva apresentaram no programa Ecclesia da última segunda-feira a história da Associação para o Desenvolvimento TESE e as suas propostas de transformação.

PR/CB

 

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