Terra Santa: «Natal mais espiritual»

Responsável português fala sobre a importância da peregrinação para uma «humanidade verdadeiramente desesperada»

Lisboa, 20 dez 2012 (Ecclesia) – O comissário da Terra Santa em Portugal diz que peregrinar ao berço de Jesus desafia os cristãos a viverem um “Natal mais espiritual” e a serem mensageiros da “esperança” no meio das atuais dificuldades socioeconómicas.

Em entrevista ao Programa ECCLESIA, integrada numa rubrica sobre a caminhada do Advento que pode ser acompanhada na Antena 1 até sexta-feira (22h45), frei Miguel de Castro Loureiro destaca o ambiente especial de um lugar que convida os fiéis a serem “precursores” do “anúncio da boa nova” a uma “humanidade verdadeiramente desesperada”.

“O período de Natal deve consciencializar as pessoas da urgência de irem ao encontro dos outros”, realça o franciscano, dando como exemplo os passos de Maria, que mesmo grávida de Cristo “foi de Nazaré até Aim Karim”, percorrendo mais de 100 quilómetros para ajudar a sua prima Isabel, que estava quase a dar à luz São João Baptista.

“Se calhar a maior prenda que se pode dar aos outros não é aquilo que se compra mas é cada um dar-se a si próprio, em sorriso, em disponibilidade, em amor, em serviço, como Maria”, salienta.

Ao todo são três os natais “que se podem celebrar na Terra Santa”: os nascimentos de São João Baptista, em Aim Karim, pequena aldeia situada cerca de sete quilómetros a oeste de Jerusalém; de Nossa Senhora, em Nazaré; e de Jesus, em Belém.

“Em Belém, é mesmo Natal todos os dias, porque todos os dias se celebra a liturgia de Natal para as centenas de grupos de peregrinos que ali chegam e que ali vão”, descreve o religioso.

Até 5 de janeiro, estas celebrações podem ser acompanhadas, cada manhã, na internet, através do site www.custodia.org.

[[a,d,3679,Emissão 19-12-2012]]O frei Miguel Loureiro sublinha que o espírito que se cria “é algo que quase faz vir lágrimas aos olhos, não por um sentimentalismo balofo, mas pela realidade deste amor incomensurável que Deus tem pela humanidade e que se fez homem, numa gruta”.

Como referência essencial de visita, o sacerdote aponta o Campo dos Pastores, a Basílica da Natividade e dentro dela “a manjedoura” onde segundo a tradição cristã, o menino Jesus “foi colocado”.

“Hoje tem duas pedras de alabastro, mas a parte de trás tem a rocha primitiva da gruta”, acrescenta o religioso, referindo-se a um património espiritual que está atualmente entregue aos cuidados da Igreja Católica, com o apoio da Ordem Franciscana.

A 6 de janeiro, “Dia de Reis”, uma imagem do menino Jesus vai ser novamente colocada naquele espaço, aberto a todas as pessoas que queiram viver uma experiência de Natal “mais espiritual e com menos fogo-de-artifício”.

“Ele nasceu pobre e humilde na gruta de Belém, mas hoje tem de nascer pobre e humilde na gruta do coração de cada pessoa. Por isso, a atitude de peregrinar tem de ser reencontrada no dia-a-dia”, apela o frei Miguel Loureiro.

PRE/JCP

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