Terra Santa: Fundação pontifícia denuncia desemprego e a discriminação de cristãos na Cisjordânia e em Jerusalém

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre diz que guerra em Gaza provocou «situação terrível»

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 29 fev 2024 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertou para os problemas de desemprego e discriminação que afetam os cristãos na Terra Santa.

“Os cristãos que residem na Cisjordânia e em Jerusalém estão a ser confrontados com uma situação terrível, uma vez que a guerra em Gaza e a escalada de tensões entre israelitas e palestinos continuam a fazer estragos”, indica uma nota do secretariado português da AIS, enviada hoje à Agência ECCLESIA.

A fundação informa que “está a proporcionar ajuda de emergência para assistência médica e humanitária às famílias afetadas”.

“Com uma taxa de desemprego de 72% – um recorde sem precedentes na história da Terra Santa – a região está a atravessar uma crise económica generalizada, deixando numerosas famílias a lutar pela simples sobrevivência, depois de terem perdido as suas fontes de rendimento devido à paralisação total do setor do turismo, aos despedimentos em massa e às severas restrições à liberdade de circulação”, assinala o comunicado.

A AIS aponta à possível chegada de mais de 80 mil trabalhadores indianos a Israel, “para ocupar postos de trabalho outrora ocupados por palestinianos”.

“Infelizmente, a relação de confiança entre Israel e os palestinos foi destruída e é pouco provável que seja restabelecida nas próximas décadas”, afirma à fundação pontifícia uma fonte local que, por razões de segurança, prefere manter o anonimato.

Segundo o comunicado, em Jerusalém “têm-se repetido os casos de agressões verbais a sacerdotes, religiosos ou peregrinos cristãos”.

Em cooperação com o Patriarcado Latino de Jerusalém, a AIS implementou programas de reabilitação profissional, estágios e programas de formação profissional para ajudar os desempregados, principalmente jovens e trabalhadores oriundos de famílias vulneráveis.

A fundação pontifícia também proporciona ajuda médica e humanitária de emergência às famílias diretamente afetadas pela crise económica na Cisjordânia e em Jerusalém.

“Até à data, 862 famílias beneficiaram da assistência da Fundação, num total de 3448 pessoas, tanto na Cisjordânia como em Jerusalém”, pode ler-se.

OC

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