Televisões Católicas no mundo

Trabalhos do Primeiro Congresso Mundial de Televisões Católicas Televisões Católicas no mundo Perceber a implantação de televisões católicas nos diferentes contextos mundiais, o modo de funcionamento, os recursos que procuram e os que já dispõem e olhar o que as novas tecnologias trazem à comunicação televisiva. Estes os temas que dominaram o início do Congresso Mundial de Televisões Católicas, o primeiro na história, promovido por iniciativa do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, que decorre em Madrid, entre os dias 10 e 13. “Televisões católicas” ou “católicos na televisão” são os que “tornam patente a sua identidade inseparável da sua pertença eclesial e, de modo singular, evidenciam a nota da catolicidade”. Assim foram caracterizadas por D. Eugénio Romero as instituições e as pessoas que de que este Congresso se ocupa. Na conferência inaugural, o Bispo Auxiliar de Madrid aprofundou o significado da expressão “televisão católica”, afirmando a perenidade da identidade cristã. “Os meios técnico-científicos aparecem e superam-se uns aos outros a um ritmo vertiginoso, mas a identidade cristã permanece e não muda diante das descobertas mediáticas”, sublinhou. D. Eugénio Romero referiu-se também a um dos principais desafios que os católicos enfrentam na comunicação social: “responder adequadamente à problemática inerente ao pluralismo religioso com marcas de pluralismo cultural relativista que ameaça a vida, a instituição familiar, seculariza a consciência, fragmenta a ética e nega ou relativiza o significado da afirmação da unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja”. Mas o Congresso prende-se sobretudo à realidade da televisão, nomeadamente as católicas, nos diferentes países. Em três grandes áreas, o tema foi analisado em diferentes workgroups, que iniciaram um debate sobre o que significa ser católico nas diferentes televisões, o impacto da televisão na realidade actual e descobrir o futuro das tecnologias televisivas e as suas consequências. Os trabalhos em grupo decorrerão durante as três tardes do Congresso. No último dia serão apresentadas as conclusões. Televisão hoje No lançamento deste debate, nas três perspectivas, Sílvia Pellegrino, professora na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade do Chile, caracterizou a televisão hoje, o impacto que a internet lhe introduziu e os novos comportamentos dos públicos. Estudos que apresentou ao congresso revelam que, por um lado, a sociedade de informação veio reduzir em cerca de 30% o tempo destinado a ver televisão. Muito desse tempo passa para a internet, que permite adequação a cada utilizador. Aliás, é nesse âmbito que acontece outra viragem significativa no “consumo” de televisão: os telespectadores não são mais passivos, antes utilizadores com capacidade de escolha dos conteúdos a ver, ouvir ou ler. Sílvia Pellegrino referiu-se também às preferências dos públicos: programas de informação são a primeira escolha de quem vê televisão em países como México, Canadá ou Japão. Seguem-se as séries e os programas desportivos. Mas há uma percentagem, nessas preferências, que refere a programação religiosa: 10%. Para responder aos que procuram o religioso na televisão, a professora universitária sugeriu programas que permitam constituir comunidade e que sejam abertos, com propostas de solução para os problemas de hoje. Referiu também a necessidade de enfrentar o desafio de uma nova linguagem na televisão, uma nova gestão das empresas televisivas católicas e a disponibilidade para agarrar projectos próprios ou marcar presença nas televisões generalistas. Nova tecnologia As novas tecnologias trarão uma crescente inter-actividade à televisão. Paul Soukup, da Universidade de Santa Clara, nos EUA, afirmou também a diminuição dos custos na produção digital, o que fará aumentar os emissores de conteúdos. Transformações que a Igreja se prepara para enfrentar. “A Igreja fará parte desta mudança”, referiu. Para isso, tem que se preparar para criar uma nova televisão, onde os públicos farão a eleição dos conteúdos. E existirão, também, os que escolhem “religião”. Temas lançados para um debate que durará até ao fim do dia 12, quando se apresentarem as conclusões dos diferentes trabalhos de grupo.

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