O momento presente é de convergência dos meios de comunicação social, possível pelo desenvolvimento de plataformas digitais de produção, comunicação e recepção de conteúdos. O tema esteve em análise no início do 2º dia dos trabalhos do Congresso Mundial de Televisões Católicas, na continuidade do debate realizado ontem. Francesco Cassetti, professor da Universidade Católica de Milão, ao abordar o tema “o futuro da tecnologia na televisão e as suas consequências”, insistiu nas transformações provocadas pela introdução do digital, que permite respostas cada vez mais completas a públicos que, hoje, exigem interactividade aos media. “O consumidor, hoje, quer relação, procura plataformas que permitam a interactividade”, referiu. A televisão, o computador e o telefone móvel oferecem essa interactividade. Para Francesco Cassetti, será o computador a ganhar vantagem, por incluir factores de maior qualidade e de quantidade de conteúdos e formatos. As televisões, diante das plataformas digitais e das novas exigências dos públicos, estão numa fase de procura de novos formatos, que funcionem em multi-canais e em multi-plataformas. Se, durante muito tempo, a criatividade concentrava-se na invenção de programas e mais tarde (pelos anos 90) na conquista de audiências, agora procuram-se diferentes formatos para a transmissão dos conteúdos, consoante se destinam à televisão, ao PC ou aos telefones móveis. Para Francesco Cassetti um programa é hoje como um salame, que se “fatia” para a televisão, para o PC e para o telefone móvel. Para a transformação dos fornecedores e dos receptores de conteúdos contribui decisivamente a concentração de tecnologias. Não só de grupos mediáticos, também a junção de tecnologias e destas com as empresas de comunicações móveis e fixas. Diante deste panorama, Francesco Cassetti sugeriu a união dos produtores católicos, sendo fundamental, para a presença da Igreja no mundo actual dos media, possuir uma agência de conteúdos católicos, disponíveis nos formatos que chegam mais facilmente aos públicos.