Taizé: Jovens desafiados a ser «sal da terra» e rezar pelos povos em sofrimento

«Não nos deixemos cair no desânimo e no pessimismo», apelou irmão Alois

Praga, 30 dez 2015 (Ecclesia) – O prior da Comunidade Ecuménica de Taizé apelou aos participantes no Encontro Europeu de Jovens, na Republica Checa, que sejam “sal da terra” e explicou que vão rezar pelos “povos que sofrem” com a violência e a guerra.

Na primeira reflexão do encontro, esta segunda-feira, o irmão Alois destacou a presença de jovens do Líbano, que “trazem as provações da sua região”, um país que acolhe refugiados do Iraque e da Síria.

“Saibam que todos nós aqui estamos próximos de vocês, através da oração e do coração”, disse.

No “coração da Europa”, o prior explicou que para viver em paz e para “contribuir para a paz mundial” esta mesma Europa “deve certamente construir-se” através de uma aproximação “económica e política”.

“Quanto à motivação, ela deve brotar de uma fonte mais profunda”, acrescentou.

O responsável da Comunidade Ecuménica de Taizé pediu aos mais de 30 mil jovens, incluindo dezenas de portugueses, que participam no encontro de final de ano que “não” caiam “no desânimo e no pessimismo” porque a fonte “encontra-se na paz que Cristo comunica”.

“Gostaríamos de ser fermento de paz na humanidade, para isso, é indispensável acolher a paz de Deus nos nossos corações”, frisou na reflexão pedindo aos jovens que deixem-se guiar pelas palavras de Jesus – “Vós sois o sal da terra.”

Segundo o irmão Alois, esta paz não pode ser guardada porque “se torna bondade” para com os outros: “Recusa das injustiças, empenho com todas as nossas forças para que a terra seja habitável para todos.”

Nos caminhos que permitem chegar à paz de Cristo, o responsável indica a oração, “mesmo que ela seja pobre” e também a beleza, “quer a da natureza, quer a que a arte revela”.

O irmão Alois recordou ainda que este é o segundo encontro que a comunidade promove na capital checa, “no centro da Europa”, tendo sido o primeiro em 1990, depois da queda do Muro de Berlim e da ‘Revolução de Veludo’, “momento de liberdade em que as fronteiras caíram”.

“Em Taizé, e julgo que estamos longe de sermos os únicos, continuamos agradecidos aos povos da Europa central e de leste por terem mostrado que o inesperado era possível. A recordação permite ter esperança de que também hoje seja possível um futuro de paz”, destacou.

Neste contexto relembrou também as palavras do presidente da República Checa na altura e prémio Nobel da Paz, Václav Havel, que “continuam tão atuais”: “A ‘peregrinação de confiança através da terra’ vem ajudar-nos a procurar as fontes da fé e os novos valores espirituais, perdidos durante as décadas de regime totalitário.”

As reflexões diárias do prior da Comunidade Ecuménica de Taizé durante o Encontro Europeu de Jovens em Praga, no final da oração da noite, são disponibilizadas no sítio online da comunidade francesa.

CB

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