Superior Geral dos Maristas em Portugal

Pais querem cada vez mais um projecto educativo com valores cristãos Alteração do sistema educativo, não só a nível dos financiamentos, mas capacitando melhor os professores, de forma também que os pais conheçam que valores são transmitidos aos seus filhos nas Instituições escolares é a proposta lançada pelo Irmão Seán Sammon, Superior Geral dos Maristas, que esteve nos dias 12 e 13 em Portugal. As modificações no sistema resultariam na presença de melhores professores em vários sistemas educativos, avança o Superior Geral à Agência ECCLESIA. A realidade escolar portuguesa não difere do quadro europeu ou mesmo norte-americano, de onde o Ir. Seán Sammon é natural. Nos EUA, o sistema aponta para a separação entre o Estado e a Igreja. O sistema educativo do Estado é livre de valores e não impõe uma religião, mas o Superior geral afirma que esta situação é “enganadora porque propõe uma religião civil às pessoas”. Em muitos países europeus e nos EUA as pessoas têm o direito de escolher em várias áreas, “não percebo porque esta escolha não se estende à educação”. Na possibilidade da escolha dos pais, alguns necessitam de apoio financeiro e é aqui que “o Estado deveria apoiar mais as famílias, possibilitando efectivamente essa escolha”. A situação actual é de o Estado oferecer a educação e “quem quiser uma alternativa, tem de a pagar, o que não dá possibilidade de escolha a quem não tem meios financeiros e cria uma diferença social grande”, admite. O Ir. Seán Sammon rejeita a ideia de que alguns sistemas de educação são livres de valores.Todo o sistema educativo comunica valores, por isso é essencial dar a possibilidade de os pais escolherem o sistema de ensino onde querem que os filhos estudem. A realidade que encontra e que segue atentamente é de perceber nos pais uma preocupação para que os filhos tenham uma educação que lhes permita assumir uma posição no mundo, “e estão muito preocupados as mudanças que acontecem no mundo dos valores”, por isso querem “ajudar os filhos a tomar decisões, a serem responsáveis perante a sua comunidade, e a escola tem um lugar importante nessa área”. O Superior Geral dos Maristas não está em Portugal pela primeira vez, mas estreia-se num período mais longo. As anteriores passagens limitavam-se a isso mesmo, passagens que não deixavam conhecer de perto a realidade portuguesa e tempo para contactar com os Colégios Maristas. O desafio que encontra em Portugal, mas também noutros países, é de assegurar que as escolas estejam centradas na evangelização. “Trabalhamos para que elas ofereçam um projecto académico rico e competitivo, mas o mais importante é a evangelização”, sublinha. O próprio currículo, a forma como os estudantes interagem com os professores e vice versa, os valores que são transmitidos baseados no Evangelho, são a base do que o Superior Geral dos Maristas classifica como os cinco pilares da educação marista que podem ser resumidos em presença entre os mais novos, amar o trabalho e encará-lo com um processo de educação das pessoas, estimular o espírito de família mesmo em ambiente escolar, valorizar a dimensão mariana que se encontra no centro da proposta educativa, incluir os que vivem à margem e que são pobres. O Ir. Seán Sammon relembra as palavras do fundador ao dizer que os educadores maristas têm uma preocupação especial pelas crianças mais desprotegidas. Em países sub desenvolvidos, os maristas trabalham com crianças imigrantes que chegam à escola e “tentamos desenvolver o projecto educativo nas escolas que são mais pobres”. O principal desafio lançado à Congregação em Portugal é a parceria. “Todos na Igreja somos chamados à missão e nos últimos anos temos trabalhados para assegurar esta corresponsabilidade na missão, a sua continuidade e reforço”, sublinha. Nas escolas e comunidades, trabalhando com homens e mulheres “apoiamos e encorajamos as suas vocações”.

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