Sudão: Nações Unidas exigem «políticas efetivas» para problema dos refugiados em Darfur

2,6 milhões de pessoas são vítimas de «violência contínua» no meio da guerra civil em marcha naquele país

Lisboa, 30 nov 2017 (Ecclesia) – A Organização das Nações Unidas exigiu ao Sudão uma intervenção mais efetiva no conflito do Darfur e no drama dos refugiados e deslocados internos, resultante da guerra civil em marcha naquele país

Num comunicado veiculado hoje pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, o departamento dos Direitos Humanos da ONU aponta a necessidade, por parte do Governo do Sudão, de “políticas efetivas, transparentes e duráveis” para enfrentar este problema, que envolve “cerca de 2,6 milhões de deslocados”.

Para as Nações Unidas, é fundamental que as pessoas possam ver o seu futuro definido, ou “regressando as suas casas de forma voluntária” ou sendo integradas “nas comunidades anfitriãs”.

Zeid Al Hussein, o Alto-comissário para os Direitos Humanos da ONU, lembra a “violência contínua” a que estas pessoas têm estado sujeitas, e que tem saído “impune”, aos olhos da comunidade internacional.

As Nações Unidas realçam os atentados aos direitos humanos que têm ocorrido “na maioria dos 66 campos” de refugiados existentes no Darfur, “casos de tiroteios aleatórios durante a noite, assédio a deslocados e violência sexual”.

Esta posição de força da ONU perante o Governo de Cartum, no Sudão, surge na sequência de outra mensagem, desta vez dos Estados Unidos da América, a exigir o fim das demolições de igrejas e mesquitas no território.

John Sullivan, vice-secretário de Estado do governo norte-americano, salientou que a atuação do Governo sudanês nesta matéria será essencial para a configuração futura do relacionamento entre os dois países.

“À medida que avançamos no nosso relacionamento, os Estados Unidos não ignorarão as violações dos direitos humanos, incluindo o direito à liberdade religiosa”, salientou aquele responsável.

O Sudão é um país maioritariamente muçulmano – cerca de 90% da população – e a comunidade cristã não ultrapassa os 5,4 por cento.

A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre frisa que “desde que se verificou a secessão do Sudão do Sul, em relação ao Norte, em 2011, configurando as fronteiras dos dois países tal como se encontram atualmente, tem havido um aumento de violência contra os cristãos”.

No último relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação AIS, publicado em 2016, a realidade no Sudão é vista com grande preocupação, já que “as minorias religiosas vão continuar a sofrer de perseguição, violência e maus-tratos”.

JCP

 

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