Papa apela a fraternidade que supere divisões e inimizades históricas
Juba, 04 fev 2023 (Ecclesia) – O Papa encerrou hoje o seu segundo dia de visita ao Sudão do Sul com uma oração ecuménica, na qual apelou à fraternidade entre os cristãos e à rejeição da violência.
“Amigos caríssimos, quem se diz cristão deve escolher de que parte estar, deve escolher: quem segue Cristo escolhe a paz, sempre; quem desencadeia guerra e violência atraiçoa o Senhor e renega o seu Evangelho”, disse, perante milhares de pessoas reunidas no Mausoléu “John Garang”, numa oração ecuménica celebrada com o primaz da Comunhão Anglicana e com o moderador da Igreja da Escócia (Presbiteriana).
Francisco convidou os presentes a “rezar, trabalhar e caminhar” pela paz no Sudão do Sul, o mais jovem país do mundo, que se tornou independente em 2011.
Numa inédita “peregrinação ecuménica pela paz”, com outros dois líderes cristãos, o Papa destacou o valor da oração para enfrentar cenários de tragédia natural e violência.
“Irmãos, irmãs, apoiemo-nos nisto: nas nossas várias Confissões, sintamo-nos unidos entre nós, como uma só família; e sintamo-nos encarregados de rezar por todos”, apelou.
Francisco disse que a paz de Deus é mais do que uma “trégua entre os conflitos”.
Trabalhemos incansavelmente, queridos irmãos e irmãs, por esta paz que o Espírito de Jesus e do Pai nos convida a construir: uma paz que integra as diversidades, que promove a unidade na pluralidade”.
O amor do cristão não é só para os vizinhos, mas para cada um, porque cada um em Jesus é nosso próximo, irmão e irmã – até mesmo o inimigo – e, com maior força de razão, aqueles que pertencem ao nosso próprio povo, embora de etnia diferente”.
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O Papa sustentou que a construção de fraternidade entre os cristão ajuda a “fazer passar a mensagem da paz na sociedade” e a contrariar uma “cultura baseada no espírito de vingança”.
“A herança ecuménica do Sudão do Sul é um tesouro precioso, um louvor ao nome de Jesus, um ato de amor à Igreja sua esposa, um exemplo universal para o caminho de unidade dos cristãos”, acrescentou.
A oração ecuménica teve intervenções de Justin Welby, arcebispo da Cantuária (Igreja Anglicana) e do pastor Iain Greenshields, moderador da Igreja da Escócia (Presbiteriana), além de uma prece de intercessão e misericórdia pela nação, num ato de unidade.
Após o discurso do Papa, os presentes rezaram o Pai-Nosso e os três líderes cristãos concederam a sua bênção.
Esta é a quinta viagem de Francisco ao continente africano, onde esteve em 2015, 2017 e 2019, por duas vezes, tendo passado pelo Quénia, Uganda, República Centro-Africana, Egito, Marrocos, Moçambique, Madagáscar e Maurícia.
A visita, iniciada esta terça-feira, na República Democrática do Congo, prolonga-se até domingo.
OC