Somália: Administrador apostólico de Mogadíscio alerta para desnutrição das crianças

Seca, insegurança e fome afetam a população, num «drama recorrente» no país 

Foto: Caritas.org

Cidade do Vaticano, 20 out 2022 (Ecclesia) – A seca, insegurança e fome estão a afetar grande parte da população da Somália, alertou o administrador apostólico de Mogadíscio, D. Giorgio Bertin, que se manifesta particurlamente preocupado com a desnutrição “severa” das crianças.

“O cenário na Somália é o de um país onde a seca, a insegurança e a fome afetam grande parte da população, especialmente os mais vulneráveis e entre eles as crianças. A cada minuto de cada dia, uma criança é admitida em uma unidade de saúde para tratamento de desnutrição aguda severa. A fome é “um drama recorrente na Somália””, explica o responsável católico, em declarações ao portal ‘Vatican News.

O bispo de Djibuti e administrador apostólico de Mogadíscio, no cargo desde 1990, acrescenta que é muito difícil “chegar até aos mais vulneráveis” no território somali, porque tudo é “continuadamente dificultado pelo terrorismo e pelas ameaças aos agentes humanitários e à ajuda da comunidade internacional”.

Um drama “recorrente neste país”, refere.

“A cada oito, dez anos temos crises ligadas à seca e depois à fome”, indica D. Giorgio Bertin.

Também a Unicef denuncia que “se não forem tomadas medidas urgentes e não for investido na Somália, seremos confrontados com a morte de crianças em uma escala que não se via há 50 anos”. 

“A cada minuto uma criança é hospitalizada por desnutrição aguda severa, e crianças severamente desnutridas têm até 11 vezes maior probabilidade de morrer de diarreia e sarampo do que crianças bem nutridas”, informa o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Nesta realidade surge ainda a ação, por parte dos fundamentalistas islâmicos, contra as instituições estatais atuais, grupos, como o Al Shabaab, que, segundo D. Giorgio Bertin, “tornam a vida extremamente difícil para os cidadãos somalis, mas também para os que gostariam de fornecer ajuda ao povo”. 

“A população busca refúgio nas cidades maiores, governadas ou pelo executivo federal ou pelos governos locais, depois são formados vários campos para pessoas deslocadas e, em alguns desses campos as autoridades locais, agências da comunidade internacional e várias organizações humanitárias e a Cáritas podem entrar”, refere.

A Unicef faz a distribuição de cuidados, alimentos e água potável, mas os problemas de financiamento permanecem e, pela quinta vez consecutiva, o país é confrontado com a escassez na estação chuvosa, resultando numa seca sem precedentes, a pior em 40 anos, que afeta cerca de oito milhões de pessoa.

SN

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