Solidariedade: Vaticano apela a donativos para fundo de caridade do Papa

«Não podemos pensar que a missão da Igreja pode ser sustentada sem a contribuição dos fiéis», diz responsável da Secretaria para a Economia

Cidade do Vaticano, 25 jun 2021 (Ecclesia) – A recolha de donativos para o ‘Óbolo de São Pedro’, destinado a apoiar as iniciativas de caridade do Papa, vai realizar-se entre este domingo e terça-feira, dia da solenidade de São Pedro e São Paulo.

“É importante colaborar porque não podemos pensar que a missão da Igreja possa ser sustentada sem a contribuição dos fiéis. A proclamação do Evangelho em todo o mundo, com tudo o que isso implica, pressupõe uma estrutura de apoio”, disse o prefeito da Secretaria para a Economia da Santa Sé ao portal de notícias do Vaticano.

O padre Juan Antonio Guerrero Alves referiu que as pessoas “têm o direito de saber” como é aplicado o dinheiro doado e explica que existem doações para o ‘Óbolo de São Pedro’ que “são imediatamente distribuídas nos lugares onde há necessidade”.

“Em 2021, o Óbolo recebeu 21 milhões de euros em donativos, oito milhões de euros foram distribuídos para a evangelização ou para projetos sociais de apoio às Igrejas necessitadas, principalmente em países da África, Ásia e América Latina”, indicou, acrescentando que algumas doações ainda podem ser de 2020.

O sacerdote Jesuíta explicou também que houve “uma diminuição na coleta nos últimos anos”, em 2020, primeiro ano da pandemia Covid-19, “a receita do Óbolo foi 18% menor”; o montante diminuiu 23%, entre 2015 e 2019.

“É provável que a crise relacionada com a pandemia seja sentida novamente este ano. Algumas doações recebidas têm um destino final específico, outras são ofertas para o Santo Padre em geral”, referiu o prefeito da Secretaria para a Economia.

Em 2020, a coleta solidária angariou “44,1 milhões de euros”, dos quais 30,3 milhões foram para o fundo geral e 13,8 milhões para destinos especiais.

Em 2019, o ‘Óbolo de São Pedro’ arrecadou 53,86 milhões, com 43 milhões para o seu fundo geral e 10,8 milhões “destinos especiais para situações de necessidade na Igreja e no mundo”.

O padre Juan Antonio Guerrero Alves realça que parte do montante é usada, por exemplo, para a construção de igrejas em países no terceiro mundo, serviços sociais, como hospitais infantis ou apoio a escolas em áreas de pobreza, apoio às comunidades religiosas em “áreas difíceis por causa da violência ou pobreza”.

“Se recebemos uma doação com um propósito já definido e a aceitamos, respeitamos a vontade do doador”, salienta.

Segundo este responsável, o fundo ‘Óbolo de São Pedro’ tinha “cerca de 205 milhões de euros”, a 31 de dezembro de 2020, e precisa que, quando recebem “doações extraordinárias, por exemplo, uma grande herança para a missão do Papa, não parece prudente gastá-la imediatamente durante o ano”.

“Ela pode ser usada posteriormente, para quando houver mais necessidade, ou pode ser criado um fundo para apoiar projetos ao longo do tempo. Economizar nos anos em que menos se precisa, para quando mais se precisa, é algo sensato e prudente”, salientou o prefeito da Secretaria para a Economia da Santa Sé.

Para além da recolha de donativos para o ‘Óbolo de São Pedro’, na solenidade de São Pedro e São Paulo, é possível contribuir ao longo de todo ano, através do seu sítio online.

O Papa Pio IX reconheceu oficialmente o Óbolo de São Pedro com a Encíclica ‘Saepe Venerabilis’ de 5 de agosto de 1871.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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