Solidariedade: Presidente da OIKOS destaca mudança de paradigma sobre a pobreza promovida pelo Papa (c/vídeo)

«Escutar os pobres faz toda a diferença» – João José Fernandes

Lisboa, 16 nov 2020 (Ecclesia) – O presidente da OIKOS – Cooperação e Desenvolvimento disse à Agência ECCLESIA que o Papa Francisco tem ajudado a uma mudança de paradigma em relação à pobreza, procurando que o centro das atenções seja “olhar para o pobre”.

João José Fernandes, entrevistado hoje no programa ECCLESIA (RTP2) lamentou que as sociedades ocidentais tenham formado as pessoas para “desviar o olhar e ficar indiferentes ao pobre”, o que levou o Papa a insistir na tecla da “luta contra a indiferença”.

O presidente da OIKOS – uma organização que trabalha na promoção das pessoas e no combate à pobreza – reconheceu que olhar para a pobreza na perspetiva dos decisores públicos “perde em relação ao olhar para a riqueza, para o crescimento económico e para o aumento das exportações”.

“E depois lá ficam alguns milhões de euros para o combate à pobreza”, observou.

A entrevista abordou a mensagem de Francisco para o IV Dia Mundial dos Pobres, que a Igreja Católica celebrou este domingo, realçando que é “preciso conhecer as pessoas para as ajudar”.

O Papa, acrescenta João José Fernandes, pede que os mais pobres participem no “desenho das políticas públicas e nas ações concretas na erradicação da pobreza”.

O responsável espera que a comissão de estratégia para combater a pobreza, criada no final de outubro, promova “ações concretas com as pessoas mais vulneráveis”.

“Todas as representações do pobre deviam estar presentes” nestas reflexões, solicitou o presidente da OIKOS.

Para o entrevistado, “escutar os pobres faz toda a diferença”.

As pessoas “não necessitam apenas de se alimentar, mas de confraternizar e de se sentirem dignas”, sublinhou.

João José Fernandes assinala que trabalhar na área social é “difícil”, especialmente nos momentos atuais, e pode “haver a tendência para as pessoas se fecharem num gabinete”,

“Não basta fazer programas pastorais e sociais”, mas é “fundamental falar e trabalhar com o pobre”, insiste.

Para o responsável, na concretização dos projetos é fundamental “dialogar com as pessoas” e na “forma como estes se desenham”, para que todos se sintam participantes.

PR/LFS/OC

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