Solidariedade: Nova plataforma vai apoiar pessoas refugiadas a encontrar habitação em Portugal

«O acesso à habitação é um desafio que afeta todos em Portugal; para as pessoas refugiadas, as dificuldades são acrescidas» – André Costa Jorge

Lisboa, 08 mai 2023 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) e a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) lançaram a plataforma ‘A_REDE’ que pretende “ajudar as famílias de refugiados” a encontrar habitação em Portugal, com contratos de arrendamento mínimos de um ano.

“O acesso à habitação é um desafio que afeta todos, indiscriminadamente, em Portugal. No entanto, para as pessoas refugiadas, as dificuldades são acrescidas. Este projeto vem, precisamente, convidar os senhorios a colocarem-se na sua pele e o impacto que poderão ter na vida de quem foi forçado a deixar tudo para trás. Estamos a falar de pessoas que não têm amigos ou familiares em Portugal que as ajudem a superar as exigências do mercado de arrendamento privado”, explica o diretor do JRS-Portugal e coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados.

No comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, André Costa Jorge frisa que para as pessoas refugiadas, “uma casa significa muito mais do que quatro meras paredes”, e é necessária a “ajuda de todos, especialmente dos senhorios”.

A plataforma online ‘A_REDE, “iniciativa pioneira em Portugal”, tem como missão criar “as condições necessárias” para que os refugiados possam recomeçar os seus projetos de vida em Portugal” e pretende “reforçar” a capacidade de mobilização da sociedade para a inclusão de refugiados no território nacional.

‘Uma nova casa. Um novo começo’ é o tema de ‘A_REDE’, a nova plataforma do Serviço Jesuíta aos Refugiados e da Plataforma de Apoio aos Refugiados ajudar as famílias de refugiados a encontrar habitação em Portugal, com contratos de arrendamento mínimos de 1 ano, colocando estas famílias em contacto com pessoas que tenham “casas para arrendar a preços acessíveis”.

As organizações informam que no sítio online da plataforma, em www.a-rede.pt, quem quiser pertencer a esta rede, financiada através de um projeto aprovado pela FAMI (Fundo Asilo, Migração e Integração), pode preencher um formulário com as características dos imóveis e outros espaços que tenham disponíveis, e as condições de arrendamento”.

Segundo o Observatório das Migrações, “Portugal não se encontra entre os principais destinos de proteção internacional no mundo ou na Europa”, dos 26,4 milhões de refugiados no mundo em 2020, apenas 2,7 milhões (12,9%) estavam em países da União Europeia (UE27), “Portugal acolheu cerca de 2,4 mil, ou seja, 0,1% do total dos refugiados da UE27”, no ano seguinte “cerca de 2725 pessoas beneficiavam de proteção internacional” – 1.596 com estatuto de refugiado e 1.129 com título de proteção subsidiária – e, em 2022, foram acolhidas “mais de 50 mil pessoas deslocadas, no seguimento do conflito na Ucrânia, em território nacional.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) é uma organização Internacional Católica que tem como missão ‘Acompanhar, Servir e Defender’ pessoas imigrantes e refugiadas em situação de particular vulnerabilidade, presente em 56 países no mundo; em Portugal, o JRS foi criado em 1992 e, desde então, presta serviços em Lisboa e no Porto, e, desde 2018, coordena a Plataforma de Apoio aos Refugiados.

A PAR é uma rede de organizações da Sociedade Civil que surgiu, no verão de 2015, mais de 350 organizações portuguesas, para dar resposta à crise mundial de refugiados, em especial à situação vivida na Europa, com a entrada de mais de 1,02 milhões de pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas, requerentes de asilo pelas ilhas gregas e por Itália.

CB/OC

Migrações/Portugal: «Medidas de regulação devem ser mais alargadas e proteger todas as pessoas» – André Costa Jorge

 

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top