Financiamento beneficia projetos que aliam evangelização à vertente humanitária
Lisboa, 09 jul 2012 (Ecclesia) – Os donativos que a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) recebeu em 2011 aumentaram 0,1% em Portugal relativamente ao ano anterior mas este crescimento foi insuficiente para evitar a queda global das receitas da fundação católica.
Em 2011 a AIS obteve 82 milhões de euros, menos 5,5% do que em 2010 (86,9 milhões), indica um relatório enviado hoje à Agência ECCLESIA pelo secretariado português da instituição dependente do Vaticano.
As ofertas provenientes de Portugal, que foram encaminhadas sobretudo para o Sudão, Iraque, Ruanda, Egito, Uganda e Paquistão, atingiram 2,3 milhões de euros, quase 3% das receitas totais da fundação em 2011.
Os dados da AIS revelam que foram aplicados 67,2 milhões de euros em 4634 projetos distribuídos por 145 nações, a partir das verbas oferecidas em 18 países por 700 mil benfeitores.
O estado mais ajudado foi a Ucrânia, com 4,9 milhões de euros, seguindo-se a Índia (4,2), Brasil (3,6), Rússia (2,7 para as Igrejas Católica, Ortodoxa e outras), República Democrática do Congo (1,8), Haiti (1,5), Roménia, Sudão e Vietname (1,1 cada).
Entre os países onde se fala português os donativos foram dirigidos para Moçambique (496 mil euros), Angola (443), Timor-Leste (78), São Tomé e Príncipe (74), Guiné-Bissau (56) e Macau (7).
O “mundo ocidental”, sem discriminação de estados, recebeu 12,3 milhões de euros, refere o relatório anual verificado por uma conhecida empresa internacional de auditoria.
A maior parte dos donativos (29,3%) foi canalizada para a construção de edifícios, seguindo-se a ajuda a padres através do pagamento (estipêndio) de missas celebradas por intenções específicas (15,2%).
As receitas serviram também para financiar a evangelização (12,9%), formação teológica, sobretudo de seminaristas (10,9%), catequese (9,7%), presença na comunicação social (8,4%), compra de veículos (5,1%), apoio à subsistência (2,9%) e ajuda de emergência (1,3%).
“Muitas vezes os aspetos pastorais e os humanitários estão indissociavelmente ligados”, realça o documento assinado por Johannes Freiherr, presidente executivo da AIS, e Catarina Martins, que dirige o Conselho de Administração da Fundação em Portugal.
A Ajuda à Igreja que Sofre apoia as Igrejas locais que não dispõem de meios para evangelizar e onde “as perseguições, a discriminação e os massacres aos cristãos” são realidades constantes, assinalam os responsáveis.
RJM