Escravas da Santíssima Eucaristia e Mãe de Deus, Frades Capuchinhos, Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres prontas para «ir ao terreno»
Díli, 09 abr 2021 (Ecclesia) – A irmã Fátima Campos, religiosa portuguesa em Timor-Leste, disse hoje à Agência ECCLESIA, que os dias no país “são tristes e de muito medo”, depois das cheias de domingo, adiantando que três congregações católicas uniram esforços na resposta solidária.
“A nossa casa está a cerca de 15 minutos de carro da cidade de Díli e também aqui temos vizinhos que sofreram com as inundações, são cerca de 100 famílias, muitas delas com as crianças a frequentar o nosso pré-escolar, onde encontram a única refeição quente do dia”, relata.
A religiosa recorda o encontro com crianças que vinham “muito assustadas e chorosas”, a contar cenários terríveis em que as “famílias perderam tudo e ali, na escolinha, tiveram oportunidade de chorar e ser consoladas”.
“Eu, própria, estou há oito anos a viver em Timor e nunca tinha visto chover tanto, felizmente aqui a casa das irmãs, junto de duas ribeiras, não sofreu danos, mas ficámos sem luz durante alguns dias”, afirma a irmã Fátima Campos, das Escravas da Santíssima Eucaristia.
Perante a realidade de “dias tristes e de muito medo”, três congregações católicas uniram-se para lançar uma campanha de apoio a estas famílias, com quem lidam diariamente, e que “ficaram sem os seus bens e/ou desalojados” devido às enxurradas do Domingo de Páscoa.
“Nós, as Escravas da Santíssima Eucaristia e Mãe de Deus, os Frades Capuchinhos, e as Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres residimos muito perto e lançámos a campanha ‘Ajude-nos a ajudar Timor”’ para suprir ou minimizar os danos junto das famílias, fomos ao terreno e já conseguimos reunir alguns bens”, explica a entrevistada.
A religiosa refere que a campanha trouxe ainda a “ajuda monetária de amigos de outra congregação, as Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima”, que residem em Maliana através da sua página de Facebook “Por Timor um Gesto uma Dádiva”, mas também a “ajuda de vários amigos, timorenses, cabo-verdianos, portugueses e de dois supermercados”.
“As ajudas que recebemos e iremos distribuir será de alimentos, artigos de higiene, roupas, máscaras e gel para minimizar os riscos de transmissão da pandemia Covid-19”, aponta a irmã Fátima Campos.
A capital, Díli, continua em “cerco sanitário há mais de um mês”, por causa da Covid-19, o que causa maior dificuldade em adquirir bens de primeira necessidade.
O Governo timorense declarou esta quinta-feira a situação de calamidade, devido às cheias que causaram 42 mortos, mais de 14 mil refugiados e elevados danos materiais.
SN/OC