Solidariedade: Caritas do Funchal lamenta que IPSS tenham sido subestimadas nas políticas de apoio social

José Manuel Barbeito explica protocolo com Governo Regional da Madeira para ajudar famílias com necessidades especiais

Funchal, Madeira, 28 jul 2011 (Ecclesia) – O presidente da Caritas do Funchal concorda com a estratégia de colaboração entre o Governo e as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) mas lamenta que esta opção não sido seguida anteriormente.

“Durante alguns anos as IPSS ficaram apenas como se fossem um apêndice na questão dos apoios sociais, e não pode ser assim”, frisou hoje José Manuel Barbeito à Agência ECCLESIA, acrescentando que essas entidades “são intervenientes importantes porque conhecem a realidade e conseguem atuar de melhor maneira”.

A Caritas da diocese funchalense assina hoje com a Direção Regional de Educação Especial e Reabilitação um protocolo de um ano, renovável por igual período, que vai implicar da parte da instituição da Igreja Católica “o apoio em bens de primeira necessidade a 30 agregados familiares, no mínimo”.

O acordo visa prestar ajuda a “crianças, jovens e/ou adultos com necessidades especiais e que se encontrem em comprovada situação de carência económica, ao nível de bens de primeira necessidade”, nomeadamente alimentos, indica a Secretaria Regional de Educação e Cultura.

José Manuel Barbeito sublinha “a dupla precariedade” destes agregados: “Encontram-se em condições de igualdade com as famílias que preenchem os critérios para receber o apoio da Caritas e, ao mesmo tempo, têm necessidades especiais de educação e reabilitação”.

“Os alimentos são fruto das duas grandes recolhas que fazemos durante o ano, bem como de alguns contributos que nos vão chegando de particulares e empresas, cujos trabalhadores estão a fazer recolhas pontuais que depois entregam à Caritas”, disse José Manuel Barbeito.

O apuramento preliminar dos beneficiados é feito pelo Governo madeirense, que em conjunto com a Caritas decide a seleção final, já que “ambas as partes têm conhecimentos que se complementam”, explicou o responsável, adiantando que a distribuição dos bens, a cargo da Direção Regional, vai começar a 1 de setembro.

O ‘Programa de Intervenção Solidária’, a assinar às 17h00 na sede da Caritas do Funchal, pretende que os beneficiados “não se tornem um peso para a sociedade” ao permitir o seu acesso ao estudo, de modo a tornarem-se “cidadãos de pleno direito dentro daquilo que seja possível”, aponta José Manuel Barbeito.

O convénio traduz “o reconhecimento, por parte do Governo, do trabalho que a Igreja tem desenvolvido no campo social, que nesta situação de crise é cada vez mais importante”, salienta o responsável, que recorda a colaboração “muito próxima” com a Segurança Social da Madeira, no âmbito das parcerias entre o Estado e a diocese.

RM

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