Solidariedade: Campanha «10 milhões de estrelas – um gesto pela paz» ajuda Cáritas a manter ação social (c/vídeo)

Ana Catarina Calado realça que os pedidos de apoio «aumentaram muitíssimo» na pandemia

Lisboa, 15 dez 2020 (Ecclesia) – Ana Catarina Calado, da Cáritas Diocesana de Lisboa, disse que a campanha de Natal ‘10 milhões de estrelas’ é uma forma de ajudar” a ação social da instituição, realçando que os pedidos de apoio “aumentaram muitíssimo” na pandemia.

“Todos os anos existe uma percentagem de 35% que vai para uma causa definida a nível nacional, quase sempre causas internacionais, o ano passado foi para ajudar as vítimas das cheias de Moçambique. Neste ano muito crítico a nível da pandemia, esses 35% vão para um projeto da Cáritas Portuguesa para apoiar as vítimas da pandemia”, explicou em entrevista à Agência ECCLESIA, transmitida hoje na RTP 2.

Ana Catarina Calado acrescenta que os restantes 65% do montante resultante da venda das velas da campanha ‘10 milhões de estrelas – um gesto pela paz’ se destinam a “apoiar a normal ação social” de cada Cáritas Diocesana, em todo o país.

“É uma boa ajuda, é uma forma de nos ajudar a mantermos a nossa ação”, realça.

A responsável da Cáritas Diocesana de Lisboa assinala que este ano “as coisas se complicaram bastante” e “duas fontes de receita desapareceram:  a rede da organização católica em Portugal não realizou o peditório de rua nem “os ofertórios das Eucaristias”, do domingo da Cáritas, em março, por causa da pandemia de Covid-19.

“Os pedidos aumentaram muitíssimo devido a este contexto, quer as paróquias, quer as Cáritas Diocesanas, têm tido alguma dificuldade. Vai ser uma situação que ainda se vai prolongar no tempo, por isso, todas as alternativas, são boas para angariarmos mais algum dinheiro”, desenvolveu.

Segundo a entrevistada, os pedidos de ajuda numa primeira fase foram para a alimentação; as Cáritas Diocesanas, as Cáritas Paroquiais e a rede das paróquias conseguiram “dar uma resposta exemplar, apesar de estar de portas fechadas ao culto, mas os voluntários não baixaram os braços”.

Gradualmente, acrescenta Ana Catarina Calado, apareceram “todas as outras despesas básicas” que as pessoas precisavam de assegurar, face à falta de rendimentos.

“Temos muitas pessoas com empregos informais – empregadas de limpeza, pessoas que trabalhavam na construção civil, pessoas que trabalhavam por conta própria – e, naquela fase do confinamento, tiveram de fechar os negócios. Depois temos as outras pessoas que se consideravam com uma vida equilibrada e organizada, mas sem qualquer tipo de rendimentos, já que a capacidade de poupança dos portugueses é muito diminuta”, exemplificou.

Neste contexto, alertou também que no futuro com uma reconfiguração do mercado de trabalho e a “transição para o digital” de muitas empresas, “há muitas pessoas que poderão ser infelizmente descartáveis”.

Ana Catarina Calado explica que a campanha solidária ‘10 milhões de estrelas – um gesto pela paz’, desde 2003, “já teve várias configurações” e, em 2019, ganhou a “forma de estrela”, com recipiente em vidro, que se mantém este ano.

“Julgamos que é um presente agradável e bonito e ajuda outras pessoas”, acrescentou, salientando que “algumas empresas têm optado por juntar a vela ao seu cabaz de oferta aos funcionários” e, apesar de a vela ser vendida sobretudo no Advento, há pessoas que também compram para casamentos, como “oferta para os convidados”.

HM/CB/OC

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