«Isto coloca toda a família a pensar sobre o assunto. Há provocações que surgem se alguém vir aquele peluche no supermercado com uma t-shirt da paróquia» – Padre Luís Rafael Azevedo
Lisboa, 27 dez 2024 (Ecclesia) – A Paróquia de Oliveira do Douro, na Diocese de Lamego, tem duas mascotes para o Ano Santo 2025, a ‘Esperança’ e o ‘Jubileu’, dois peluches, com a forma de preguiça, que passam a semana na casa dos paroquianos.
“A verdade é que isto coloca toda a família a pensar sobre o assunto, há provocações que surgem se alguém vir aquele peluche no supermercado com uma t-shirt da paróquia. Isto vai gerar possibilidade de encontro, de diálogo, é o ‘jubileu’, porque vamos viver o jubileu, é a ‘esperança’, porque este ano vamos ser desafiados à esperança”, assinalou o pároco de Oliveira do Douro, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Segundo o padre Luís Rafael Azevedo, esta dinâmica paroquial, que começa com as crianças, tem como objetivo envolver também os adultos, “principalmente os familiares”, porque são eles que “vão ter que andar, às vezes, com a ‘Esperança’ e com o ‘Jubileu’ às costas”.
As mascotes ‘Esperança’ e ‘Jubileu’ têm vestida a t-shirt da comunidade paroquial de São Miguel de Oliveira do Douro e, desde o primeiro domingo do Advento, este ano no dia 1 de dezembro, que “todas as semanas vão viver com as crianças”, para a casa de um lobito, do agrupamento de escuteiros, e para a casa de uma criança do primeiro ano da Catequese.
“A ideia é que eles os levem para onde estiverem e que esta mensagem do Jubileu, porque somos peregrinos da Esperança, comece a circular nos meios onde eles também estão envolvidos”, acrescentou o sacerdote.
O padre Luís Rafael Azevedo explica que escolheram peluches com a forma de preguiças com o objetivo de “tentar passar a mensagem aos mais pequenos de que elas precisam de alguma ajuda”, como quando têm “preguiça de ir à Missa, às vezes, as preguiças não querem ir à catequese, não querem visitar a avó, ajudar a mãe”, e, a partir daí, tentam fazer com que as crianças “entendam que o papel delas é motivarem as preguiças”.
“É uma brincadeira que fazemos com as crianças para irem percebendo que elas próprias precisam de ser motivadas para alguma coisa. Eu dizia-lhes, no primeiro dia, que se as mascotes ficassem a semana toda na igreja paroquial ia ser uma seca, e, logo nos primeiros dias, fiquei surpreendido porque comecei a ver fotos da preguiça a tomar o pequeno-almoço, da preguiça no carro com o cinto de segurança”, desenvolveu.
Sobre os nomes escolhidos para as duas mascotes – o ‘Jubileu’ e a ‘Esperança’ -, o pároco de São Miguel de Oliveira do Douro, na Zona Pastoral de Cinfães, observa que é para “irem ficando”, porque a palavra Jubileu “é um pouco complexa para os mais pequenos”
O entrevistado explicou também que esta ideia paroquial para o Ano Santo 2025 surgiu da criação da mascote da Santa Sé para o Jubileu, a ‘Luce’, adaptada a esta realidade e para “num público-alvo que são os mais pequeninos”.
“Estão loucos com a preguiça porque ela tem os braços muito grandes, dá para dar uns abraços muito grandes e estão todos motivados para saber quando vão levar o ‘Jubileu’ e a ‘Esperança’ para casa, porque vai continuar pelo Jubileu”, acrescentou o pároco de São Miguel de Oliveira do Douro e de Santa Marinha de Ramires, no Programa ECCLESIA, transmitido na RTP2, no dia 20 de dezembro.
O padre Luís Rafael Azevedo salienta que “é preciso sempre um equilíbrio” entre a tradição, “aquilo a que as pessoas estão habituadas, o coração da própria liturgia”, e o espaço para novas ideias, formas, e “transmitir esta mensagem”, como estas mascotes “para os mais pequenos”, em comunhão com o que “a própria Igreja Universal vai propondo”.
“Tudo isto tem que estar ligado, tem que ter um sentido, não vamos pôr uns peluches a circular pela aldeia porque o padre se lembra, tem que ter um sentido, seja para as crianças e os pais poderem ser também evangelizadores, seja para a palavra ‘esperança’ e a palavra ‘jubileu’ ficar marcada de maneira mais forte, seja também, por exemplo, a t-shirt da comunidade que acaba também por gerar visualmente no sítio onde elas passam”, desenvolveu o pároco.
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