2024: Jornalistas recordam «histórias que contam as boas notícias a acontecer»

Equipa  da Agência ECCLESIA elege trabalhos realizados e encontros que contam a ação e missão da Igreja  

Lisboa, 27 dez 2024 (Ecclesia) – Os jornalistas da Agência ECCLESIA olharam para as reportagens e para os temas abordados no ano de 2024, elegendo um trabalho realizado e o jornalista Henrique Matos assinalou a importância de encontrar “histórias” que contam “boas noticias a acontecer”.

“É o nosso trabalho: termos os radares atentos a olhar onde estas histórias acontecem porque é o que impacta nas pessoas. Nós sabemos que há muita solidão, há muita dor, há muita fragilidade, mas também há muito amor e há muitas coisas boas que acontecem”, refere, em entrevista que vai ser emitida este sábado, na Antena 1 da rádio pública.

“Ao passar junto às paredes de uma unidade de saúde familiar, saber que lá dentro não estão apenas pessoas com dor ou a sofrer ou a esperar imensas horas por serem atendidas por um médico, estão também muitas mulheres a prepararem o seu natal, o natal da criança que vai nascer, que lhes vai nascer e que há ali uma cumplicidade enorme e uma proximidade tão grande. E isto é o evangelho da vida, isto é os relatos do nascimento de Cristo a acontecerem”, acrescenta.

O jornalista recordou o trabalho realizado, a par com o artista Mário Linhares, de ir ao encontro de mulheres a poucos dias de serem mães e outras já com o seu filho recém-nascido nos braços.

“O Mário Linhares ia desenhando estas mulheres, na condição física em que se encontravam, e fomos construindo um olhar em torno deste mistério da vida e a forma como estas mulheres hoje são verdadeiros presépios – aqueles corpos são presépios porque guardam neles uma vida frágil, as próprias mães sentem essa fragilidade, essa ansiedade, os receios todos, mas também uma alegria que não conseguem conter e acho que foi uma bela maneira também de chamarmos a atenção das pessoas para aquilo que na verdade é o Natal”, regista.

O jornalista Luís Filipe Santos, a partir do verbo ‘peregrinar’, recordou duas reportagens que realizou: às capelas de São Macário de Baixo e São Macário de Cima, na diocese de Viseu, e um grupo de peregrinos que, em maio, se dirigiu ao Santuário de Fátima.

“Foi uma experiência engraçada e muito gratificante. Nós também sentimos a dor de quem caminha, de quem faz aquele trajeto, sentimos as alegrias, sentimos o lado interior dessas pessoas, a forma como estão: tudo isso é uma caminhada em direção ao transcendente. Senti que eles rezavam com os olhos, eu senti que eles rezavam com os pés, eu senti que eles rezavam com as mãos e senti ali um sentido de oração fantástico”, recordou.

A partir do desafio do Papa Francisco, para que o jornalista suje os sapatos e vá ao encontro das pessoas, o jornalista gosta de “usar os cinco sentidos” para descrever as reportagens em que trabalha, colocando “emoção cromática”, nas reportagens que realiza.

A reportagem na Fazenda da Esperança, emitida em novembro no programa 70×7, foi eleita pelo jornalista Carlos Borges, pelos momentos de testemunho de pessoas que se encontram em processo de recuperação neste projeto, nascido no Brasil há mais de 40 anos, que acolhe e recupera pessoas em contexto de adição, assente num tripé: a espiritualidade, o trabalho e a convivência.

“Eles não trabalham para ser notícia, nem para serem ouvidos, até porque eles não precisam de atenção propriamente para o que fazem, precisam de solidariedade e de uma rede de apoio e de estruturas que os apoie. Fui acolhido, eles abrirem as portas e partilharam a esperança que vivem”, recorda.

A jornalista Leonor João estreou-se nas grandes reportagens na ECCLESIA com o programa sobre a Missão País, emitido em fevereiro.

“Foi o meu primeiro grande trabalho, uma experiência transformadora porque a Missão País era um projeto que eu não conhecia. Fui sem expectativas e deparei-me com a juventude muito empenhada a querer ajudar, especialmente os mais idosos”, recorda.

O diretor da Agência ECCLESIA, Paulo Rocha, acompanhou em maio, a visita Ad Limina da Conferência Episcopal Portuguesa.

“A visita Ad Limina foi uma ocasião em que se pode perceber um relacionamento muito próximo e cordial, entre os Bispos e eles com o Papa, mas também com os vários serviços do Vaticano”, indica.

O jornalista dá conta da importância de a produção noticiosa ter presente a realidade de cada diocese, e de cada bispo, tendo essa sido uma ocasião de aproximação da opinião pública em Portugal com o acontecimento nos espaço dos Vaticano.

A revisita a algumas reportagens realizadas em 2024 pela equipa da Agência ECCLESIA vão estar no centro do programa emitido sábado na Antena 1, pelas 06h00.

LS

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