«Natal é também tempo para dar maior autenticidade à caridade» – D. Manuel Quintas
Faro, 26 dez 2022 (Ecclesia) – O bispo do Algarve visitou na manhã deste domingo, dia de Natal, a comunidade ucraniana algarvia para “exprimir a proximidade da diocese” com quem vive e trabalha nesta região mas também com as pessoas que “permanecem na Ucrânia”.
“Pude estar com eles para exprimir a proximidade da nossa Diocese do Algarve não só junto daqueles que aqui vivem e trabalham, mas também com aqueles que ficaram e permanecem na Ucrânia e que passam as dificuldades conhecidas”, explicou D. Manuel Quintas, informa hoje o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
A guerra na Ucrânia dura há mais de 300 dias, começou com a invasão da Rússia no dia 24 de fevereiro.
O responsável católico chegou à igreja de Santo António do Alto, em Faro, antes da Eucaristia destes cristãos de tradição bizantina que ia começar, pelas 10h30, sob a presidência do padre Oleg Trushko, o único sacerdote greco-católico a dar apoio à comunidade ucraniana no Algarve, lê-se no jornal diocesano.
“Apesar destas dificuldades gostaria que soubésseis que não estais sozinhos. Estamos convosco e também com aqueles que estão lá. E faremos aquilo que está a nosso alcance — como estamos a fazer através de tantas organizações — para diminuir o vosso sofrimento e ir ao encontro das vossas necessidades”
O bispo do Algarve recordou que está a decorrer uma “recolha de donativos” para enviar para a Arquidiocese de Kiev, em resposta a um pedido do patriarca desta arquidiocese ucraniana, e, nesta visita na manhã de Natal, manifestou o “empenho” da diocese portuguesa “em continuar a apoiar, na medida das suas necessidades e das nossas possibilidades”, como está a acontecer atualmente.
A comunidade ucraniana no Algarve retribuiu a vista de D. Manuel Quintas oferecendo um ‘korovai’ — pão tradicional de boas-vindas, com adornos feitos com a própria massa.
“Que este sinal visível seja apelo a cada um de nós, primeiro para rezarmos pela paz na Ucrânia e para que aqueles que decidem os destinos da guerra mudem a perspetiva daquilo que diz respeito à defesa e à promoção da vida humana.”
O bispo diocesano desejou que os católicos algarvios possam crescer mais na “sensibilidade em relação ao sofrimento que atravessa todo aquele país e aquela nação”.
A Igreja Greco-Católica Ucraniana, como outras Igrejas de Rito Bizantino, celebrava o Natal, segundo o calendário juliano, a 7 de janeiro, e passou a assinalar a festa no mesmo dia do ocidente, no dia 25 de dezembro, segundo o calendário gregoriano, assinalou ainda D. Manuel Quintas.
Na Missa do Dia de Natal do Senhor, este domingo, o responsável diocesano afirmou que celebrar o Natal “constitui sempre um momento privilegiado para renovar a fé, fortalecer a esperança e progredir no caminho da caridade”.
“O Natal é também tempo para dar maior autenticidade à caridade”, assinalou D. Manuel Quintas na Sé, em Faro, onde realçou que os cristãos são chamados a “gestos geradores de esperança e de vida”, que atualizam no tempo o mistério do Natal, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.
CB
Notícia atualizada 09h39, 27 dezembro 2022
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