Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes

Nota Pastoral de D. Manuel Clemente – 30 de Maio de 2008 O Cardeal Prefeito da Congregação para o Clero enviou-nos uma mensagem para este Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, que aqui agradeço e sublinho em dois pontos específicos: 1) a prevalência da oração para os pastores e a pastoral da Igreja; 2) a adoração eucarística mais alargada e intensa, pelas vocações sacerdotais e pelos sacerdotes. Sobre o primeiro ponto, escreve o Cardeal Hummes: “Gostaria de recordar a prioridade da oração em relação à acção, porque dela depende a eficácia da acção”. Não estaremos muito habituados a esta colocação das coisas, tão empenhados estamos todos, os sacerdotes, em mil e uma tarefas imediatas e urgentes. Somos poucos, o trabalho é muito, a oração sofre com isso… E, no entanto, o apelo fica, a partir do próprio comportamento de Cristo, único pastor da Igreja, de quem nós somos, pela Ordenação, sacramentos pastorais ao serviço do seu povo. Na verdade, qualquer dos evangelistas nos mostra que em Cristo tudo partia da relação íntima e continuada com o Pai. A filiação divina que nos comunica no Espírito, como que transborda para cada um dos baptizados a sua essência filial, adoradora, orante. E não é outra a missão da Igreja, Corpo de Cristo no mundo e para o mundo, na transmissão da mesma vida divina. Se qualquer um de nós – sacerdotes e colaboradores pastorais – esquecer esta prioridade, não tardará a esgotar um entusiasmo demasiado nosso para ser o d’ Ele, que só na intimidade com o Pai se garantia. Vivemos a sua Páscoa, que “passava deste mundo para o Pai”, para a passarmos também do Pai para o mundo, transmitindo Cristo, verdade e vida de todos. Em cada comunidade cristã esta prioridade adoradora e orante tem de ser constantemente retomada e patente. – Que em cada uma se saiba e demonstre que é em torno da Santíssima Trindade que a Igreja vive e cresce, para a salvação do mundo! Mais oração, mais Palavra de Deus lida e meditada, mais escuta silenciosa e ambiente sereno, fariam dos nossos templos, nas cidades, vilas e aldeias da Diocese, centros mais acolhedores e vivos, de paz, graça e caridade. Há muitíssima gente à espera de que tal aconteça. Nós próprios, que exercitamos o sacerdócio ministerial, temos na celebração eucarística o ponto fulcral das nossas vidas. Aí somos sacramentos de Cristo pastor, alimentando o seu povo com o “Pão vivo descido do Céu”. Aí unimos toda a acção pastoral, pois “quem não junta com Ele dispersa”. Para ela, a Eucaristia, celebramos também o sacramento da Reconciliação. Para ela, a Eucaristia, se orienta o acompanhamento espiritual que proporcionamos aos crentes. Somos da Eucaristia para a Eucaristia, na celebração, na adoração, na caridade pastoral. Tudo quanto fizermos para incrementar em nós e nos nossos colegas sacerdotes tal verdade nos valerá absolutamente, como identificação pessoal e como ministério pastoral. Aliás, a valorização do diaconado e dos ministérios laicais, tão na linha do Vaticano II, levar-nos à certamente, aos sacerdotes, à maior definição do nosso ser e agir em torno da celebração da Eucaristia e da Reconciliação, bem como da pregação e do acompanhamento espiritual dos fiéis. A nova evangelização far-nos-á redescobrir a verdade apostólica: “quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração – também eucarística – e ao serviço da palavra” (Act 6, 4). Sobre a adoração eucarística mais alargada e intensa, o cardeal Hummes retoma a indicação insistente, “de um movimento de oração que ponha no centro a Adoração Eucarística contínua, no espaço das vinte e quatro horas, de forma que de todas as partes da terra se eleve sempre a Deus uma oração de adoração, de agradecimento, de louvor, de pedido e reparação, com a finalidade principal de suscitar um número suficiente de santas vocações ao sacerdócio e, ao mesmo tempo, de acompanhar espiritualmente […] quantos já foram chamados ao sacerdócio ministerial e estão ontologicamente conformados com o único Sumo e Eterno Sacerdote, para que sirvam cada vez melhor a Ele e aos irmãos”. Certamente que todos queremos corresponder a este apelo. Os Seminários e o Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, as comunidades paroquiais e religiosas, todas os estimados diocesanos do Porto quererão juntar-se na adoração eucarística e na oração insistente pelas vocações sacerdotais dos actuais e futuros padres. Para que os primeiros cresçam sempre no seu exercício e os segundos despertem para ele. Tudo parte realmente da Eucaristia a que se destinam. As formas de concretizar este proposto lausperene logo surgirão. Assim ressurja antes de mais o nosso desejo dele: tão grande quanto a urgente necessidade de muitos e santos sacerdotes! Isto mesmo se depõe nas mãos da Rainha dos sacerdotes. Tudo renascerá no coração de Cristo sacerdote e pastor! + Manuel Clemente, Bispo do Porto

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