Arcebispo Vicenzo Paglia recorda «sentido profundo» de uma «instituição formada por um homem, uma mulher e por crianças»
Cidade do Vaticano, 4 fev 2012 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Família defendeu hoje que o mundo está hoje a ser influenciado por uma “escalada de individualismo que ameaça a família e todas as outras formas de sociedade”.
Numa conferência de imprensa realizada hoje na sala de imprensa da Santa Sé, para a apresentação das conclusões do 7.º Encontro Mundial das Famílias, o arcebispo Vicenzo Paglia referiu que “a cultura do ‘eu’, livre de qualquer laço, em conjunto com a desorientação causada pela globalização, favorece uma humanidade fechada em si própria e a tentação do narcisismo”.
De acordo com o prelado, “a Igreja está preocupada com a atual crise no matrimónio e na família, porque acredita que ambos são evangelho, uma boa nova para homens e mulheres que hoje se encontram muitas vezes sozinhos, sem amor, sem orientação e apoio”.
Aquele responsável sublinhou ainda a importância da família – apesar de todas as “transformações” que tem sofrido, “algumas delas profundas” – não perder “o seu genoma, o seu sentido profundo”, enquanto “instituição formada por um homem, uma mulheres e por crianças”.
O Conselho Pontifício para a Família está apostado em promover uma “cuidadosa reflexão cultural” à volta da “defesa da família”, quer no meio político, económico e cultural quer também no plano das organizações internacionais e das outras religiões.
É preciso “trabalhar para restaurar uma cultura de família que seja novamente atrativa e relevante para a vida e para a sociedade”, apontou D. Vicenzo Paglia, deixando votos que deste esforço resulte na formação de pessoas “com horizontes alargados à participação cívica, capazes de integrar uma família alargada de pessoas e nações”.
Durante o encontro com os jornalistas, subordinado ao tema “De Milão a Filadélfia”, em alusão ao local onde se vai realizar o próximo encontro mundial de famílias em 2015, o arcebispo italiano revelou algumas das iniciativas que o Vaticano vai colocar em prática durante este ano.
O Conselho Pontifício para a Família vai promover a apresentação da “Carta dos Direitos da Família” nas instalações das Nações Unidas em Nova Iorque, na sede do organismo em Genebra e também no Parlamento Europeu.
Em abril, vai estar em destaque um ciclo de seminários dedicado aos “Diálogos sobre a Família”, com a participação de “peritos das mais variadas áreas sociais” e que irá “abordar os principais desafios que se colocam ao matrimónio e à família”.
No final de julho, em Roma, terá lugar um congresso de advogados católicos sobre os direitos da família e em outubro uma assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Família, dedicado à Carta dos Direitos atrás referida.
Para 26 e 27 do mesmo mês, está marcada uma peregrinação das famílias ao túmulo de São Pedro, em Roma, integrada no Ano da Fé que a Igreja Católica está a assinalar.
JCP