Jovens conduzidos «para becos sem saída»

Análise do diretor da Faculdade de Teologia na homilia da missa evocativa do Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa

Lisboa, 04 fev 2013 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica considera que os “vendedores de ilusões e fantasias que se multiplicaram ao longo das últimas décadas” em Portugal têm conduzido a juventude “para becos sem saída”.

Os jovens têm diante de si “um futuro sem herança e sem esperança, resultado de uma cultura sem Deus e sem amor”, afirmou o padre João Lourenço na missa a que presidiu este domingo, em Lisboa, lê-se na homilia enviada hoje à Agência ECCLESIA.

“A nossa sociedade, da mesma forma que os conterrâneos de Jesus, vive uma época de grandes equívocos: uns sociais e políticos, outros económicos e financeiros, e outros ainda, porventura os mais gravosos, aqueles que dizem respeito ao futuro e aos fundamentos de uma verdadeira cultura humanista”, frisou.

A construção de “um futuro sem alicerces e sem horizontes, sem esperança e sem compromisso” tem arrastado “todo o carrossel de consequências” que o país está a viver, afirmou o religioso franciscano.

Na missa evocativa do Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa (UCP), que se assinala no primeiro domingo de fevereiro, o padre João Lourenço justificou o lema escolhido pela instituição para assinala a data, ‘Educar para a Confiança’.

O alcance daquela “interpelação”, explicou, ultrapassa o âmbito da vida académica, tornando-se “um autêntico desafio que deve fazer parte das propostas sociais e culturais que urge implementar”.

A Universidade Católica, que não pode “ficar parada no tempo nem deixar de competir entre as melhores”, tem de “educar a partir das propostas do Evangelho” para uma “cultura de confiança e não de suspeita”, “para o empenho e o compromisso e não para o facilitismo”, “para uma cultura marcada pela dimensão da gratuidade, do amor, do serviço e de comunhão”.

Para o padre João Lourenço a Igreja Católica em Portugal “precisa da Universidade para que o seu serviço ao povo de Deus seja mais autêntico, mais humano, mais fecundo”.

A UCP, por seu lado, “também precisa da Igreja, não para que esta lhe trace os objetivos ou lhe estabeleça limites, mas sim para que lhe alargue os horizontes e a faça crescer para além das salas de aula, dos laboratórios ou dos gabinetes administrativos”, acrescentou.

O biblista lançou um “apelo e um alerta” para que as comunidades católicas “sintam o desejo de aprofundar as dimensões culturais da sua fé e de a consolidar”.

A UCP foi fundada em 1967, tendo obtido reconhecimento oficial quatro anos depois, lê-se na página da instituição.

Nos seus 46 anos a Universidade Católica Portuguesa, atualmente instalada em Lisboa (sede), Porto, Braga e Viseu, concedeu graus a mais de 20 mil alunos.

O Dia Nacional da UCP esteve em destaque no programa ‘70×7’, transmitido este domingo na RTP-2, com uma entrevista à reitora da instituição.

RJM

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