Docente da Universidade Católica Portuguesa destaca necessidade de abordar conceito de liberdade em relação com o bem comum
Lisboa, 30 nov 2020 (Ecclesia) – Américo Pereira, professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP), afirmou que, neste tempo pandémico, o “conceito de força e o correlativo de fraqueza” são fundamentais para garantir “a independência das próprias pessoas, suas famílias e unidades sociais”.
O docente de Filosofia referiu à Agência ECCLESIA que a palavra “prudência” é essencial nesta época onde a Covid-19 domina as atenções.
“A prudência tem de substituir o medo”, explicou Américo Pereira.
Para o professor universitário, “não é metendo medo às pessoas” que estas conseguem uma “maior racionalidade”, porque o medo “reforça a irracionalidade”.
A coragem “racionalmente informada” deve ser o apelo feito às pessoas, sustentou.
Américo Pereira considerou que o “discurso do medo” não deve limitar as pessoas porque se existisse medo “nunca teria havido o 1.º de dezembro de 1640” e com medo não será possível “superar este longo momento” de crise.
O professor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP defendeu que “não há verdadeiramente liberdade sem bem comum” porque “liberdade individualista é pensamento mágico”.
Numa entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2), o professor universitário realçou que, ultimamente, “se confunde muito o conceito de força com violência”.
“A violência é o abuso da força seja por excesso seja por defeito”, disse o entrevistado.
No momento atual, acrescentou, “o que se deve pedir às pessoas é que tenham força sem violência” recordando que, antigamente, “a força era sinónimo de coragem”.
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