Sociedade: Padre José Luís Borga afirma que finança está a «esmagar» vida das pessoas

«O dia-a-dia não espera pela reestruturação da economia»

Lisboa, 31 de mar 2014 (Ecclesia) – O padre José Luís Borga considera que as pessoas não podem esperar pela “reestruturação da economia” do país porque todos os dias se confrontam com “respostas que precisam de dar”.

“As pessoas não podem esperar que a economia recuperar nos próximos 20 anos quando é hoje que estão com dificuldade em cumprir com os seus deveres”, afirma o sacerdote à Agência ECCLESIA, pedindo “criatividade” e “consciência” aos governantes.

“Não é justo que este tipo de economia que vive à conta da finança esmague a subsistência das pessoas. Os empregos que se criam são baixos, a precariedade é grande e estamos diante de um problema que precisa de uma criatividade enorme”.

O colaborador da Ecclesia comentava o «Manifesto dos 70», divulgado há dias e que posteriormente deu origem a uma plataforma de 74 cidadãos que quer levar à Assembleia da República a discussão pública do conteúdo do texto, onde diversas personalidades de diferentes contextos políticos pedem a reestruturação da dívida, o alargamento dos prazos para pagar à Troika, acreditando que “a atual dívida é insustentável na ausência de robusto e sustentado crescimento económico”.

Esta iniciativa, sublinha o sacerdote da diocese de Santarém, resulta de uma “consciência necessária e feliz” que há pessoas “a pagar demais por uma dívida que não é sua, mas de um país, e fruto de opções para as quais não foram escutadas”.

“A austeridade está a conduzir à existência de uma classe, a alta, que beneficia desta situação, enquanto uma esmagadora maioria está a baixar os níveis de vida e, dessa forma, está a engrossar a pobreza que se vive no país”.

O padre José Luís Borga questiona que sociedade e “tecido social” Portugal terá após a saída da Troika, constituída pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

O sacerdote saúda a iniciativa “muito positiva” de cidadãos de um “espectro político transversal” que não ficaram à espera de “ocasiões políticas e partidárias para se manifestarem”.

“É bom que os governantes não fiquem apenas com as suas convicções mas ouçam a sociedade civil”, afirma o padre Borga, preservando assim o “sentido e nobreza da política”.

O padre José Luís Borga integra um grupo de colaboradores da Ecclesia que semanalmente comenta a atualidade informativa cuja análise completa pode encontrar no canal 524995 da plataforma MEO.

LS

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