Sociedade: Cáritas assinala Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos com projeto euro-mediterrânico

Organização católica quer «identificar, prevenir e combater as práticas dos traficantes»

Lisboa, 30 jul 2018 (Ecclesia) – A Cáritas lançou um projeto euro-mediterrânico contra o Tráfico de Seres Humanos, no dia em que a ONU promove uma jornada de sensibilização contra este crime, que o Papa Francisco qualificou como um “vergonhoso”.

“O projeto pretende promover e melhorar a proteção das crianças contra os traficantes de seres humanos”, informa a Cáritas Portuguesa.

A instituição católica aproveitou o contexto do Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos para anunciar a criação do projeto euro-mediterrânico, que visa a realização de pesquisas transfronteiriças entre as organizações da Cáritas na Europa e no Médio Oriente.

Segundo a Cáritas Portuguesa, os resultados da pesquisa vão contribuir para “melhorar os cuidados a ter com as vítimas resgatadas” e fornecer dados sobre o impacto que o tráfico tem sobre as vítimas.

As organizações da Cáritas esperam, produzir um conjunto de ferramentas e técnicas para “melhor identificar, prevenir e combater as práticas dos traficantes e melhorar a consciencialização dos grupos de risco, das autoridades policiais e do público em geral”.

“Este estudo que a Cáritas inicia é muito necessário. A luta contra o tráfico melhorou nos últimos anos”, referiu o representante da Cáritas Europa no combate ao tráfico de seres humano, Geneviève Colas.

O projeto euro-mediterrânico engloba nove organizações Cáritas – Albânia, Bósnia, França, Jordânia, Kosovo, Líbano, Eslovénia, Eslováquia e Ucrânia – que com a Cáritas do Médio Oriente, Norte da África e Cáritas Europa.

A Cáritas apresentou as suas principais recomendações sobre a luta contra o tráfico, a líderes governamentais, na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU realizada no mês passado.

“Uma abordagem baseada nos direitos humanos para identificar as vítimas do tráfico e aproveitar a experiência dos sobreviventes do tráfico” e estabelecer em todos os países ferramentas para identificar pessoas traficadas ou em risco de serem traficadas, “juntamente com um mecanismo de referência para identificar e acompanhar as vítimas”, são duas das cinco recomendações que se podem ler no sítio online da Cáritas Portuguesa.

No Vaticano, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral promove uma campanha de sensibilização da opinião pública, contra escravatura moderna, nas redes sociais, com a hashtag (marcador) #EndHumanTrafficking.

A Cáritas Portuguesa alerta para o “crime vergonhoso” do tráfico de pessoas, citando o Papa Francisco que, este domingo, denunciou o tráfico de seres humanos como uma “chaga que reduz à escravatura muitos homens, mulheres e crianças”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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