Bispo de Santarém adiantou que a Conferência Episcopal Portuguesa deve referir-se a este tema na próxima assembleia
Lisboa, 22 mar 2019 (Ecclesia) – O bispo de Santarém disse em entrevista à Agência ECCLESIA e à Renascença que a violência doméstica é um “problema mais largo, mais vasto” do que imaginava e atinge toda a família.
“Temos números que são muito preocupantes. Em 2018 foram assassinadas 28 mulheres, mas os detidos foram 598”, referiu o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH).
Para o bispo que coordena o setor social na Conferência Episcopal Portuguesa, os números mostram que “o ambiente não é bom em muitas casas, em muitos lares e em muitas famílias”.
“Além da violência doméstica entre homem e mulher, é uma violência familiar, porque atinge os avós, atinge as crianças”, lembrou.
D. José Traquina acrescentou que, por causa da violência doméstica, o “lugar onde as pessoas, porventura, sonharam em ser felizes, se tornou num inferno”.
O bispo de Santarém disse que está a falar com os colegas do episcopado português no “sentido de promover mais observações e porventura um documento” sobre este problema.
“Temos um outro assunto que mexe com esta questão, um documento sobre o casamento, o matrimónio. Ainda não o analisei, ainda não está apresentado no seu todo, para discussão na Assembleia (plenária da CEP), mas porventura virá a propósito este tema”, disse D. José Traquina
Na entrevista à Agência ECCLESIA e à Renascença no contexto da Semana Cáritas, que está a decorrer, D. José Traquina referiu-se também à Diocese de Santarém, onde é bispo diocesano desde 7 de novembro de 2017, afirmando que é “uma missão com mais responsabilidade”.
“Sou o único bispo da diocese e todos os acontecimentos, em termos de programação pastoral e coordenação, passam pelo bispo”, referiu o bispo diocesano, acrescentando que gosta de “funcionar em equipa e segundo o princípio da sinodalidade”.
D. José Traquina lembrou que em 2025 a Diocese de Santarém vai assinalar 50 anos de história e está a projetar a pastoral com esse horizonte.
Ângela Roque (Renascença), Paulo Rocha (Agência ECCLESIA)
PR