Situação humanitária em Angola continua crítica

Uma criança em cada quatro não chega aos 5 anos de vida, em Angola, o que significa que todos os anos morrem 155.000 meninos angolanos, seja por causa da fome ou por causa das doenças. A Agência Fides junta vários outros elementos para traçar um quadro dramático da situação neste país, na sequência da publicação do “mapa da fome em África”: o perigo das minas, os campos de refugiados e a falta de recursos alimentares, agravada pela deslocação em massa das populações. As minas são um dos problemas mais graves. Disseminadas ao longo de todo o território, tornam impossível a actividade agrícola em vastas extensões de terreno, pelo que apenas 3% do terreno fértil está cultivado. A estes dados há que somar os mutilados, mais de 70.000, que dependem da ajuda dos familiares e não podem participar nos trabalhos dos campos. A guerra civil provocou que os ex-guerrilheiros e as suas famílias se afastassem das suas aldeias de origem e se encontrem agora privados de meios de sustento. As péssimas previsões agrícolas para 2003 fazem crer que o número de pessoas que necessitará de ajuda internacional ultrapassará os 2 milhões. A Igreja angolana, com a ajuda de organizações internacionais, está a enfrentar estes problemas enviando artigos de primeira necessidade e medicamentos aos campos de refugiados; graças à ajuda da Igreja é possível dar condições de vida minimamente aceitáveis a estas pessoas e esperar que se integrem plenamente na sociedade e se tornem autónomas. A quantidade de alimentos a distribuir, durante o ano de 2003, deverá atingir as 630.000 toneladas, um encargo a que só será possível fazer frente com a ajuda internacional. Para matar a fome a mais de 160.000 refugiados a comunidade internacional já enviou 240 milhões de Euros, mas estas ajudas podem vir a revelar-se insuficientes se os cerca de 250.000 angolanos que se encontram refugiados em países vizinhos regressarem ao país nos próximos meses.

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