João Paulo II mostrou-se hoje preocupado com a situação de grande parte da América Latina, considerando que esta região do globo apresenta “graves desafios que é necessário enfrentar com magnanimidade e justo critério”. “A satisfação das necessidades básicas de muitos dos mais desprotegidos e excluídos deve ser considerada uma prioridade fundamental, já que as aceleradas transformações da economia internacional colocaram muitos deles numa situação quase desesperada”, assinalou o Papa, que recebeu hoje em audiência, no Vaticano, o novo embaixador do Peru junto à Santa Sé, Pablo Moran Val, para a apresentação das cartas credenciais. João Paulo II retomou o apelo lançado há poucos meses atrás pelos Bispos do Peru, a fim de que no país “triunfe a paz, a concórdia, o bom senso”, deixando um convite à esperança. “Embora seja importante defender os valores cívicos, não se deve esquecer que estes serão ainda mais respeitados na medida em que estiverem baseados nos valores éticos e morais da honestidade, da efectiva solidariedade, de modo a que se possam corrigir as injustas desigualdades sociais e os individualismos pessoais, que criam obstáculos para a plena realização do bem comum”, disse. Aos governantes, João Paulo II pediu “políticas de defesa da vida humana e das instituições familiares, hoje tão ameaçadas por um conceito errado de modernidade ou de liberdade”. O Papa concluiu seu discurso falando da numerosa comunidade peruana emigrada, e cuja presença na Europa é expressiva. Para João Paulo II, “também os emigrantes do Peru devem comprometer-se a encontrar soluções para o país que os viu nascer”.