Síria: Religiosa alerta para pobreza generalizada no «pior período da história» do país, em guerra há 10 anos

Irmã Annie Demerjian afirma que «famílias cristãs vivem em condições desumanas»

Lisboa, 18 nov 2020 (Ecclesia) – A irmã Annie Demerjian disse que “10 anos de guerras sangrentas” na Síria e a imposição de sanções económicas originaram desespero, pobreza generalizada, falta de medicamentos, falhas constantes e prolongadas no fornecimento de eletricidade e água.

“Sem dúvida, vivemos o pior período da nossa história; Não conheço nenhuma outra sociedade do Médio Oriente cujos membros vivam em condições tão terríveis atualmente”, afirmou a religiosa da Congregação de Jesus e Maria, em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada à Agência ECCLESIA pela AIS, a irmã Annie Demerjian acrescentou que o resultado da Covid-19 é dramático, com desemprego enorme e aumento do custo de vida que estão a levar a comunidade cristã ao desespero.

A religiosa é a responsável pelas campanhas da AIS nas cidades de Alepo e Damasco a capital da Síria, há quase uma década, e a ajuda da fundação pontifícia “tem sido um salva-vidas e uma fonte de esperança para as famílias cristãs que vivem em condições verdadeiramente desumanas”.

“A pobreza é generalizada, há falta de remédios, às vezes não temos eletricidade nem água por longos períodos. Aliás, para muitas pessoas, a vida é quase insuportável. A maioria das famílias sírias sente-se afetada pela pressão psicológica e material”, indicou a irmã Annie Demerjian.

Atualmente, o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre chega a 273 famílias em Alepo e a “mais uma centena em Damasco” e “todos os meses” recebem “ajuda de subsistência básica, incluindo vales para a compra de artigos essenciais como comida e gás para cozinhar”.

“Agora com o inverno, compramos esterilizadores e medicamentos. Também ajudamos em algumas cirurgias essenciais. Às vezes, isso inclui itens básicos, mas indispensáveis, como fraldas para incontinência para pessoas doentes e idosas”, adiantou a religiosa da Congregação de Jesus e Maria.

A irmã Annie Demerjian salienta que a certeza da ajuda de instituições solidárias como a fundação pontifícia é necessária “num país onde a desolação e o desânimo estão a crescer e a esperança deve ser semeada”.

A 15 de outubro, o representante diplomático do Papa na Síria, cardeal Mario Zenari, denunciou no Vaticano a existência de uma crise “sem precedentes” no país do Médio Oriente, pedindo o fim das sanções internacionais, uma situação que afeta 80% da população, após quase 10 anos de violência.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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