Responsáveis temem novo «êxodo» de cristãos
Lisboa, 11 out 2019 (Ecclesia) – O início das operações de tropas turcas no nordeste da Síria contra as forças curdas, esta quarta-feira, levou responsáveis católicos a alerta para a possibilidade de um novo “êxodo” nas suas comunidades.
D. Jacques Behnan Hindo, arcebispo sírio-católico emérito de Hassaké-Nisibis, na área curda da Síria, lamenta o regresso da violência, após a retirada das tropas dos Estados Unidos da América.
“Como sempre, cada um tem os seus próprios interesses, mas somos nós, cristãos, que pagamos as consequências”, referiu o responsável, citado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre.
O bispo está convencido de que os curdos perderão o confronto com a Turquia, principalmente devido à falta de apoio dos EUA e de outras forças ocidentais, alertando em particular par aa situação de 5 mil famílias que abandonaram as cidades fronteiriças em direção a Hassaké.
“O conflito tornou-se ainda mais sério e eu temo que muitos emigrem. Desde o início da guerra na Síria, 25% dos católicos de Qamishli e 50% dos fiéis de Hassaké deixaram o país, juntamente com 50% dos ortodoxos. Receio um êxodo semelhante, se não maior”, referiu D. Jacques Behnan Hindo.
A Turquia indicou esta quarta-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que a operação militar será “proporcional, medida e responsável”.
O padre Firas Lufti, religioso francisco que acompanha a região de São Paulo (Síria, Líbano e Jordânia), fala ao portal ‘Vatican News’ num ato “inadmissível”, por parte da Turquia, que afeta sobretudo “crianças, mulheres, idoso e doentes”.
“Esperávamos a paz, a conclusão deste drama, o mais impressionante deste século, abre-se outro horizonte dramático que cria dificuldades”, apontou.
OC