Alerta a AIS sobre uma ação na sequência da operação militar turca no nordeste do país
Lisboa, 23 out 2019 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertou que casas de famílias cristãs e arménias foram “marcadas com expressões ameaçadoras”, na cidade síria de Tel Abyad, depois do início da operação militar turca na Síria.
“As casas estão reservadas para a Frente do Levante [uma milícia pró-turca]”, é uma das frases que se pode ler nas portas e nas paredes das casas dos cristãos, nomeadamente no bairro de al-Shallal, informa a AIS.
Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia refere que há registos, “que não é possível confirmar de forma independente”, de assaltos e o relato que “vários jovens” terão sido espancados “sem motivo”.
O secretariado português da AIS realça que a marcação das casas “com expressões ameaçadoras” faz lembrar “os tempos negros vividos no Iraque”, durante a ocupação da Planície de Nínive pelos jihadistas o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), quando as habitações foram marcadas com a letra “N”, em árabe, identificando o proprietário como cristão, como “Nazareno”, para serem confiscadas pelos militantes islâmicos.
A operação ‘Fonte de Paz’, lançada pela Turquia para a criação de uma zona de segurança com a Síria, permanece instável e, para além de Tel Abyad, as forças turcas ocuparam “também a cidade de Ras al-Ayn”, numa faixa onde existem ainda diversas cidades, como Kobani, Akcakale, Suluk, Ain Issa e Qamechli.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre divulga que as organizações humanitárias na região denunciam que mais de 200 mil pessoas estão deslocadas como consequência direta da operação militar do presidente turco.
Recep Tayyip Erdogan anunciou que a campanha militar continua hoje se as milícias curdas não se retirarem para além da faixa de 30 quilómetros que Ancara quer criar como zona de proteção para as suas fronteiras, depois de uma trégua acordada com os Estados Unidos da América no dia 17 de outubro.
CB
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