Sínodo: Papa espera inteligência, coragem e amor na ação da Igreja junto das famílias

Francisco abordou ao longo dos últimos meses os temas da assembleia extraordinária de bispos

Cidade do Vaticano, 04 out 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco é o primeiro a convocar uma assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos desde 1985 e espera que a terceira reunião deste género promova uma “pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor” por todas as famílias.

A temática escolhida para esta reunião magna de representantes dos episcopados católicos, com novo encontro marcado para 2015, foi abordada pelo Papa em várias ocasiões nos últimos meses, com destaque para o consistório extraordinário que reuniu cerca de 185 cardeais no Vaticano, entre 20 e 21 de fevereiro deste ano.

Francisco sublinhou que a família é “a célula fundamental da sociedade humana”, convidando os participantes nesta reunião a ter “sempre presente a beleza da família e do matrimónio”, evitando a “casuística”.

Na viagem de regresso da Terra Santa, em maio, o Papa disse que o Sínodo “será sobre o problema da família, sobre as riquezas da família, sobre a situação atual da família” e não apenas sobre a questão pastoral dos divórcios ou as nulidades matrimoniais.

“Não gostei do que tantas pessoas – mesmo de Igreja, padres – disseram: ‘Ah, o Sínodo para dar a Comunhão aos divorciados’”, confessou.

O Papa recorreu ao ensinamento de Bento XVI para sublinhar a importância de “estudar os procedimentos de nulidade matrimonial; estudar a fé com que uma pessoa vai para o matrimónio; e deixar claro que os divorciados não estão excomungados”.

Em julho de 2013, na viagem de regresso do Brasil, Francisco justificou a escolha do tema da família e da necessidade de aprofundar a “pastoral do matrimónio”, realçando que muitas pessoas se casam “sem maturidade”.

Dois meses depois, o Papa encontrou-se com o clero da Diocese de Roma e sustentou que o debate não pode ser reduzido à questão de saber se os divorciados em segunda união podem ou não comungar, “porque quem põe o problema apenas nesses termos não entende qual é o verdadeiro problema".

A 28 de fevereiro, numa homilia pronunciada na capela da Casa de Santa Marta, o Papa Francisco destacou hoje a importância de “acompanhar” e “não condenar” os casais separados ou divorciados.

O Papa deixou muitas mensagens de valorização da família e do casamento, como aconteceu no último dia 14 de setembro, quando presidiu à celebração do matrimónio de 20 casais da Diocese de Roma, na Basílica de São Pedro, a quem pediu a coragem de resistir à “tentação de voltar para trás”.

A 2 de abril, Francisco encerrou o ciclo de catequeses sobre os sacramentos, nas audiências gerais, com uma reflexão dedicada ao Matrimónio: “Quando um homem e uma mulher celebram o Sacramento do Matrimónio, Deus espelha-se neles, por assim dizer, imprime neles as próprias orientações e o caráter indelével do seu amor”.

A audiência voltou a contar com uma alusão de Francisco às “palavras mágicas” para superar as “dificuldades” da vida matrimonial: ‘Com licença, obrigado, desculpa’.

No encontro com as famílias, em outubro de 2013, Francisco disse que o Matrimónio é “partir e caminhar juntos, de mãos dadas, entregando-se na mão grande do Senhor. De mãos dadas, sempre e por toda a vida”.

A exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho) sublinha que “a família atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais”.

“No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade”, alerta o Papa.

OC

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Agência ECCLESIA

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