Sínodo Lisboa 2016: As comunidades são o que a diocese tem de «mais convincente e promissor» – Cardeal-patriarca

Missa encerrou quatro dias de Assembleia Sinodal

Torres Vedras, 04 dez 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje na homilia da Missa de encerramento da assembleia sinodal que as comunidades missionárias, paroquiais ou outras, são o que a diocese tem de “mais convincente e promissor” para propor num mundo “complexo”.

“O que a Igreja de Lisboa tem de mais convincente e promissor reside precisamente nas comunidades, paroquiais ou outras, em que se têm sempre presentes os horizontes largos ou próximos da missão e se fazem permutas de experiências missionárias de além e aquém mar”, disse D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou que essa dimensão missionária “está no âmago” do Sínodo Diocesano e valorizou também experiências de missão, de clérigos ou leigos, em “que tanto acrescem com o mesmo espírito as comunidades de origem”, e as paróquias onde a avaliação pastoral tem presente “as pessoas que se procuraram”, “os sós” que a comunidade passou a acompanhar, “os ambientes que se conseguiram evangelizar”.

O Patriarcado de Lisboa iniciou em 2014 o Sínodo Diocesano sobre o lema ‘O sonho missionário de chegar a todos’, tendo como base a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ do Papa Francisco, analisada por 20 mil pessoas em 1000 grupos, em toda a diocese, cujas conclusões estiveram na base dos trabalhos da assembleia sinodal, que terminou hoje.

Na homilia da Missa de encerramento da assembleia sinodal, o cardeal-patriarca de Lisboa referiu-se também ao mundo de hoje, considerando que está “quantitativa e qualitativamente mais complexo, desigual e desencontrado, entre um passado que já foi e um futuro que ainda não divisamos bem”.

“Complexo, porque habitado por uma centena de povos de vários continentes, com diversos níveis de instalação e convivência sociocultural – os que vão além da mera sobrevivência… Desigual, e parecendo até conformado com desigualdades gritantes, antigas e recentes. Desencontrado, pois ainda estamos para nos retomar mais à frente, quando incluirmos, em pluralidade legítima e criativa, todos quantos chegaram entretanto”, acrescentou.

D. Manuel Clemente referiu que, com o Papa Francisco, o Patriarcado de Lisboa quer “reforçar o olhar evangélico sobre a cidade”, que se traduz em palavras como “compaixão e misericórdia”.

“Por ‘compaixão’ queremos dizer solidariedade e compromisso com todos os que sofrem, pelo que sofrem por si ou pelo que outros os fazem sofrer”, assinalou.

“Por ‘misericórdia’ indicamos um modo de olhar a realidade a partir do que é mais frágil e pobre, esquecido e periférico”, acrescentou o cardeal-patriarca de Lisboa.

D. Manuel Clemente disse ainda que os 137 membros da assembleia sinodal experimentaram “a força e a beleza de rezar em comum”, dando espaço a Deus para os “conduzir a outros como queira”.

Recordando que sínodo significa caminho conjunto, indicou que é “sinodalmente” que querem continuar: “Só assim seremos fermento de uma sociedade que se reencontra e prossiga na senda da justiça e da paz.”

O cardeal-patriarca de Lisboa manifestou “disponibilidade para concretização de uma sociedade de todos, para todos”, pois assim se reforçaram em sínodo “para dar glória a Deus nos serviços do próximo”.

O encerramento solene do Sínodo Diocesano de Lisboa,  é celebrado na Solenidade da Imaculada Conceição, dia 8 de dezembro, às 15h30, na igreja do Mosteiros dos Jerónimos, numa cerimónia com ordenações diaconais.

HM/CB/PR

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Agência ECCLESIA

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