Sínodo: Igreja deve sentir «compaixão» pela dor de quem sofre uma separação

Cardeal escocês D. Philip Tartaglia deixou reflexão sobre divórcio e perdão na assembleia sobre a família

Cidade do Vaticano, 08 out 2014 (Ecclesia) – O cardeal escocês D. Philip Tartaglia, arcebispo de Glasgow, disse hoje no Sínodo dos Bispos que a Igreja Católica tem de acompanhar com “compaixão” quem passa por situações de separação e dor na sua vida conjugal.

“Temos de sentir compaixão pela dor e laceração dos corações humanos apanhados na separação, traição e divórcio”, declarou, durante a homilia do momento de oração que deu início à quinta sessão de trabalhos da assembleia extraordinária.

Segundo o responsável, quando as famílias se fraturam, “o amor é a primeira vítima” e a comunhão íntima de vida é substituída por um terrível lógica de divisão: a paz dos corações das crianças é rasgada e eles dão por si a amar e odiar os seus pais, ao mesmo tempo”.

“Em tempos de angústia e infelicidade, as pessoas ainda se voltam instintivamente para a Igreja em busca de esperança, de consolo e inspiração. Não as podemos desiludir”, assinalou.

D. Philip Tartaglia sustentou que a Igreja tem de acompanhar esta “tristeza” e encontrar forma de oferecer palavras de amor, que procurem “perdoar e esquecer, com compaixão”, para “curar, renovar e levantar de novo” as pessoas.

“Onde o perdão não é a acomodar-se ou indiferença, mas uma verdadeira reconciliação – às vezes duramente conquistada, gerando nova confiança, uma nova esperança, nova resistência e nova fidelidade -, uma nova página é escrita na história de amor entre marido e mulher e seus filhos”, prosseguiu.

O cardeal escocês recordou a recente experiência do seu país no referendo sobre a independência, que conseguiu superar as divisões que surgiram durante a campanha.

A terceira assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos prolonga-se até ao próximo dia 19 para debater os ‘desafios pastorais sobre a Família no contexto da evangelização’; no Vaticano estão 253 pessoas dos cinco continentes, entre cardeais, bispos – incluindo D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa -, religiosos, peritos, casais e representantes de outras Igrejas.

OC

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