Sínodo/Família: D. Manuel Clemente refreia expetativas sobre «programas contrários à fé»

Cardeal-patriarca incentiva a maior relação entre pastoral juvenil e familiar

Fátima, Santarém, 25 set 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje em Fátima que a opinião pública tem de refrear expetativas sobre “programas contrários à fé”, no contexto do próximo Sínodo dos Bispos, e apelou a uma maior interação entre a família e a comunidade paroquial.

“O Papa não vai inventar a fé mas dar a melhor orientação aos problemas de hoje. Não peçam que assumamos programas que não são os nossos”, disse D. Manuel Clemente, durante as Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, organizado pela Igreja Católica.

Num debate, depois da intervenção sobre o tema ‘Família e Comunicação’, o cardeal-patriarca de Lisboa considerou que pode existir o “risco” de haver uma afetação negativa na imagem do Papa Francisco se, no pronunciamento final, “não aparecer com amplidão resposta aos recasados e maior abertura às pessoas com orientação homossexual”.

“O Sínodo originou uma grande expectativa e admiração prévia em relação aos seus resultados em muitas pessoas e quadrantes, cristãos e não-cristãos, porque alguns queriam modificação católica e doutrinal”, observou.

Neste contexto, D. Manuel Clemente constatou que as pessoas “não leem tudo o que escreve e diz” e assinalou que o Papa se tem pronunciado “contra cultura da igualdade de género” e pela “defesa da vida humana e morte natural desde a gestação”.

Durante as Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais, que reuniram cerca de 100 pessoas em Fátima, o cardeal-patriarca acrescentou que a comunicação social na assembleia extraordinária noticiou “sobretudo os dois pontos mais complexos”, como se não houvesse mais assuntos, e Francisco publicou as votações finais para que a “Igreja e sociedade soubessem” que era processo de reflexão em relação a muitos pontos, com diversas opiniões.

“Ajudem-nos porque a pressão mediática não é fácil”, disse aos jornalistas, a quem pediu seriedade no tratamento de todos os assuntos para que as mais de 400 pessoas que vão marcar presença na 14ª assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família, tenham um propósito e a agenda mediática seja outra.

Sobre a realidade da juventude e da família em Portugal, D. Manuel Clemente incentivou que se “envolvam” as Igrejas domésticas comprometidas nesta pastoral “valorizando” exemplos que já existem porque a “proximidade com casais que vivem pascalmente, tem-se revelado muito bom”.

“Repassar a experiência comunitária da igreja doméstica à família de filhos de Deus é critério fundamental”, acrescentou.

Segundo o cardeal-patriarca, a raiz do problema para a debandada da juventude “não são itinerários pessoais” dos jovens porque Deus “continua presente e a fazer caminho com eles”.

“Na adolescência há fases tumultuosas mas quando a estrutura familiar persiste, há envolvimento comunitário tradicional, de novas comunidades, grupos e movimentos, as pessoas encontram-se mais à frente se as estruturas estiverem disponíveis”, desenvolveu.

Desta forma, o prelado assinalou que estes “são desafios” que existem, observando que “a misericórdia é sentimento” para onde todos convergem.

“Na família contamos com isso, com o outro à espera, com a zona de conforto como se diz hoje”, frisou nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social que tiveram como tema “Comunicação e Família: Partilha de afetos” e terminaram hoje, em Fátima.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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